Open-access O livro como ferramenta pedagógica para a inserção da educação física e da ginástica no ensino público primário paranaense (fim do século XIX e início do século XX)

Textbooks as a pedagogical tool for the insertion of physical education and gymnastics in publicly-funded primary education in the state of Paraná, Brazil (late nineteenth century and early twentieth century)

El libro como herramienta pedagógica para la inserción de la Educación Física y de la Gimnasia en la enseñanza pública primaria de Paraná (fines del siglo XIX y comienzos del siglo XX)

Resumo

No presente trabalho procuramos analisar as motivações do autor Domingos Nascimento ao se valer da obra de Daniel Schreber Ginástica doméstica, médica e higiênica para escrever sobre a ginástica que deveria ser ensinada e praticada nas escolas paranaenses. Buscamos confrontar a perspectiva dos dois autores com relação à educação física e à ginástica pensadas nos anos iniciais do século XX, bem como contextualizar tais perspectivas com a situação em que se encontrava a instrução pública no Estado do Paraná, de grandes discussões em torno da renovação do ensino, manifestadas no início de um amplo ciclo de reformas escolares, no qual a “novidade” da educação física regular nas escolas é apenas um exemplo.

PALAVRAS-CHAVE História da educação; História do ensino da educação física/ginástica; História das disciplinas escolares; História do livro didático

Abstract

This article analyses author Domingos Nascimento's motivations behind his choice of Daniel Schreber's Medical Indoor Gymnastics, on which he based to write about the gymnastics that should be taught and practiced in Paraná schools. It seeks to confront the perspectives of both authors about physical education (PE) and gymnastics taught in the early twentieth century, as well as to contextualize those perspectives within the public education scenario in Paraná at the time. Such scenario featured major discussions around teaching renewal, held at the beginning of a vast school reform cycle, in which the “novelty” of regular PE in schools is just one among many changes.

KEYWORDS History of education; History of teaching physical education/gymnastics; History of school subjects; History of textbooks

Resumen

El trabajo analiza las motivaciones del autor Domingos Nascimento al tomar en cuenta la obra de Daniel Schreber Ginastica domestica, medica e higiênicapara escribir sobre la gimnasia que debería ser enseñada y practicada en las escuelas paranaenses. Buscamos confrontar las perspectivas de los dos autores en relación a la Educación Física y la Gimnasia pensadas en los años iniciales del siglo XX, así como contextualizar tales perspectivas con la situación en la que se encontraba la instrucción pública en la Provincia de Paraná en un momento de grandes discusiones sobre la renovación de la enseñanza manifestadas en el inicio de un amplio plan de reformas escolares que tenia la Educación Física regular en las escuelas como un ejemplo de novedad pedagógica.

PALABRAS CLAVE Historia de la educación; Historia de la enseñanza de educación física/gimnasia; Historia de las asignaturas escolares; Historia de los manuales didácticos

A inserção da educação física e da ginástica na escola pública primária paranaense

O livro didático é uma das expressões materiais mais visíveis da construção histórica dos currículos escolares. Seja naquilo que tem sido caracterizado como sua materialidade, cuja compreensão implica o profundo conhecimento de um circuito de produção, distribuição, circulação e apropriação, ou na sua fecundidade como fonte histórica, esse dispositivo é portador de uma rara potência para a compreensão da dimensão prescritiva do currículo escolar. Não obstante, quando o historiador se depara com marcas de leitura que permitem intuir os usos feitos por professores e alunos de antanho, para além dos usos autorizados, então o livro didático nos permite compreender, para além da prescrição curricular, também o universo das práticas de escolarização. No que se refere, ainda, ao lento processo de escolarização de determinados saberes sociais, ele acaba se tornando um verdadeiro índice do jogo de ênfases e omissões que caracteriza o processo de seleção cultural que define o currículo de cada tempo e lugar. No caso da educação física, que se “enraíza” como disciplina escolar no Brasil na passagem do século XIX para o XX, a ginástica é um daqueles saberes que tem origens multifatoriais, a despeito do forte apelo cientificista que a caracteriza desde os seus primórdios.1 No Paraná a ginástica é tornada matéria obrigatória do ensino primário em 1882, é prescrito para o uso dos professores o compêndio de ginástica de Daniel Schreber. Longe de ser o único estado brasileiro a adotar o compêndio alemão, ali se observou a particularidade de aquele compêndio ter servido de base para a produção de outro livro didático, sugestivamente denominado Homem forte, no começo do século XX.

Se pensarmos no processo de inserção da educação física na escola pública primária paranaense, percebemos que ele se deu a partir da confluência de um conjunto de saberes originários de diferentes lugares. De um lado, atesta-se já no início da década de 1880, um conjunto de práticas denominadas por alguns professores “folguedos infantis”, “brinquedos próprios da infância”, que denotam a lenta escolarização do que podemos chamar, grosso modo, a cultura. Ou seja, estaríamos diante de uma das dimensões da escolarização, qual seja, aquela na qual diferentes dimensões da vida social sofrem paulatinamente um processo de conversão para o ambiente escolar. Juntamente com as prescrições médicas e a postulação científica dos métodos e atributos (ou finalidades) da ginástica, um conjunto de saberes também foi escolarizado mediante a adoção e o uso de livros que deveriam embasar as práticas dos professores junto aos alunos, retirando das práticas sociais qualquer traço de espontaneidade e as convertendo em conteúdos ou procedimentos de ensino submetidos aos imperativos da racionalização que demarca o currículo escolar. No Paraná, a preocupação das autoridades com a educação física dos escolares se deu a partir da obrigatoriedade do ensino da ginástica, em 1882.2 Trata-se de uma política implantada por meio do ato assinado naquele ano pelo então presidente da província, Carlos de Carvalho, ordenando a adoção da Ginástica doméstica, médica e higiênica escrita por um médico alemão – Daniel Schreber3 – e traduzida para o português por Júlio de Magalhães. Aquele ato, considerando que há indícios de uso do compêndio do médico alemão pelos professores paranaenses, significava já um processo de seleção cultural (Williams, 2003), na medida em que aquelas atividades de caráter lúdico e popular dariam lugar a um conjunto de exercitações de conotação médico-científica.

Por outro lado, a ginástica de Schreber não estava isenta de críticas, fosse pela sua inadequação ao contexto das escolas paranaenses, pelo sentimento de incompetência dos professores na sua aplicação ou até mesmo pelo que parecia ser sua grande complexidade para aqueles anos. Mesmo tendo sido adquirida a distribuída nas escolas públicas pela Província nas décadas finais do século XIX, na nossa tentativa de compreender os primórdios do surgimento da educação física no currículo das escolas públicas paranaenses nos deparamos, entre as obras que localizamos ao mapear os conteúdos, métodos e as práticas relatados pelos professores sobre o ensino da ginástica, com um livro intitulado Homem forte. Esse livro, que analisaremos ao longo do presente artigo, foi publicado no início do século XX, mais precisamente em 1905, e escrito por um militar paranaense – Domingos Nascimento – com o exclusivo propósito de dar apoio aos professores escolares no seu difícil desafio de ministrar a ginástica e contribuir para a educação física dos alunos.

Domingos Virgílio do Nascimento nasceu em Guaraqueçaba, município de Paranaguá, em 31 de maio de 1862. Seus pais – Francisco Luís do Nascimento e Antônia Luiza do Nascimento – não dispunham de muitos recursos. Após concluir os estudos primários, resolveu seguir a carreira militar, na qual assentou praça em 21 de fevereiro de 1881 e obteve êxito, subindo até a patente de major. Segundo Nicolas (1954, p. 201), após entrar para as forças armadas, “seguiu pouco tempo depois para Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Aí iniciou os estudos profissionais. Na hospitalidade da terra gaúcha filiou-se a um grupo de alunos republicanos. Fez-se adepto da nova doutrina política”. De volta ao Paraná, aos 32 anos elegeu-se deputado. Frequentou o congresso estadual durante três mandatos: no fim do século XIX, biênios 1894-1895 e 1896-1897, e no início do século XX, biênio 1906-1907. Em todos os mandatos participou da comissão de instrução pública, catequese e civilização dos índios.

Além da carreira militar e da vida parlamentar, se dedicou à literatura e destacou-se na poesia. Escreveu: Revoadas; Trenós e arruídos(poesias); O Sul (crítica política); Em caserna(contos militares); Pela fronteira (descrição da viagem a Foz do Iguaçu); Hulha branca e Flora têxtil (ambos sobre o Paraná). De acordo com Coelho (2002, p. 38), esse dono de engenho4 também foi “poeta, jornalista e prosador de elevado merecimento”. Na capital paranaense fundou os jornais A Folha Nova, A Tarde e A Notícia e redigiu o Correio do Sul. Faleceu em 30 de agosto de 1915.

Exceto as incursões no campo da literatura e os trabalhos jornalísticos, no que diz respeito às questões referentes à instrução pública Domingos Nascimento se interessava por um ramo da pedagogia em especial, qual seja o da educação física. Nesse sentido, em sua obra Homem forte, ele escreveu sobre uma série de práticas afeitas aos cuidados com o corpo, sobretudo a prática de exercícios físicos. Entre tais práticas encontram-se, além da ginástica, o tiro ao alvo, a equitação e a natação. Em nossas análises nos detivemos, mais especificamente, no conteúdo produzido pelo autor sobre a ginástica. Nesse sentido, ao percorrer as páginas do livro percebemos que muito do conteúdo referente à ginástica ali registrado tratava-se, na verdade, de uma apropriação feita pelo militar paranaense da Ginástica doméstica, médica e higiênica, escrita por Daniel Schreber.

A ginástica doméstica, médica e higiênica de Schreber

Destinado a um público bastante heterogêneo, o livro do médico alemão apresenta uma série de prescrições de exercícios corporais esquematizados pelo autor para uso tanto dos próprios médicos quanto de homens, mulheres, crianças dos dois sexos e “velhos” com mais de 60 anos. Escrita de forma clara, com uma linguagem acessível, a obra apresenta indicação de exercícios direcionados a pessoas sedentárias, com problemas de saúde, em desenvolvimento – como é o caso das crianças – ou simplesmente com o intuito de promover a integridade física e preservar a saúde. O manual também era indicado aos que tinham de cumprir quaisquer deveres de educação, como os pais e os professores, não se configura um manual exclusivamente escolar. Nesse caso, os exemplares poderiam ser usados tanto de maneira individual como coletiva e os exercícios feitos tanto em casa como nas escolas. Nem por isso deixamos de compreendê-lo como um manual de cunho didático.

Na ginástica doméstica, médica e higiênica de Schreber, os exercícios estão organizados numericamente e perfazem 45. Encontram-se exercícios para todos os principais grupos musculares do corpo, com ênfase nos membros superiores e inferiores. Mas também existem registros de movimentos com a cabeça, com os ombros e com o tronco. Por meio deles se desejava que fosse trabalhada a maioria dos músculos e das articulações, o que denota sua grande ênfase ortopédica. Cada exercício é acompanhado, além da ilustração correspondente, de informações a respeito de sua execução, quais efeitos cada um deles produz no organismo, o que se denomina “significação fisiológica essencial” (p. 39), quais as indicações e contraindicações de cada movimento, bem como quais doenças e problemas ortopédicos poderiam ser solucionados com a repetição dos exercícios.

Schreber prescreveu para cada exercício uma escala de repetição que continha três níveis: para os iniciantes, para aqueles que completavam duas semanas de prática e para aqueles que praticavam a ginástica havia oito semanas. Atingido o último estágio o indivíduo deveria manter a série de repetições. “As séries de números acham-se estabelecidas como sendo próprias para um homem adulto, admitindo que existe nele uma intensidade média de força muscular” (p. 63). No caso da aplicação da ginástica doméstica para as mulheres (com exceção de alguns exercícios), os idosos e as crianças, o autor recomendava a diminuição da intensidade pela metade. Quando o objetivo fosse trabalhar com fins terapêuticos poder-se-ia aumentar a intensidade dos exercícios correspondentes à região afetada. Nesses casos, era necessário diminuir a intensidade daqueles considerados menos importantes.

Após a descrição de cada um dos movimentos Schreber apresentou algumas prescrições com uma seleção dos exercícios convenientes para a solução de casos específicos. Dentre essas prescrições interessa-nos mais especificamente a décima, cuja série foi construída “para auxiliar o desenvolvimento normal de todo o corpo e completar esse desenvolvimento para as crianças dos dois sexos” (p. 149). É por meio dos exercícios constantes nessa prescrição que os professores deveriam ensinar a ginástica. A série de exercícios que compõem a décima prescrição encontra-se relacionada na tabela 1.

Tabela 1
Décima prescrição (para auxiliar o desenvolvimento normal de todo o corpo e completar esse desenvolvimento nas crianças dos dois sexos)

A ginástica doméstica aplicada às crianças era recomendada a partir dos quatro e cinco anos. Schreber também defendia a tese de que o conjunto dos exercícios prescritos por ele em seu compêndio deveria ser feito pelo menos duas vezes por semana, com respeito as necessidades individuais.

Nota-se que para as crianças foram destinados quase todos os exercícios, ou seja, dos 45 relacionados no livro foram suprimidos apenas 12. A série destinada às crianças era uma das mais completas entre as prescrições. Os exercícios deixados de fora apresentavam outras finalidades. Parte deles destinava-se basicamente para uso terapêutico, com vistas à correção de problemas específicos, sem relação direta com os ideais de educação do corpo indispensável para a formação dos indivíduos. No entanto, Schreber não expõe a forma como montou cada prescrição. Consta no manual apenas o objetivo almejado com cada uma delas e os exercícios correspondentes.

Na aplicação do método propriamente dito o professor deveria cuidar da organização das atividades e fazer com que, por meio de sua exposição, todos executassem os exercícios em conjunto, de maneira uniforme e ao mesmo tempo. Ele deveria dirigir os exercícios e se possível executá-los com os alunos. Caso isso não fosse possível, Schreber recomendava que os professores deveriam pelo menos dirigir e vigiar atentamente os exercícios. “Sem isso, a criança não toma por muito tempo a sério o exercício, cuja execução se torna ao cabo de algum tempo pouco cuidadosa, ou degenera em uma prática rotineira de movimentos sem utilidade” (p. 151). Segundo as recomendações do autor, “depende do tato do professor ou diretor dos exercícios ginásticos saber conservar sempre interessado e animado o espírito da criança, o que poderá conseguir variando, combinando e multiplicando as formas do movimento” (p. 151). Juntamente com a organização dos exercícios, os professores também deveriam estar atentos aos erros que porventura estivessem ocorrendo para que a partir deles pudesse fazer as correções necessárias.

Já as crianças deveriam repetir atentamente os exercícios e observar o ritmo e a intensidade das repetições. Precisavam atentar-se a maneira como deveriam fazer cada movimento para que cada uma das funções decorrentes fosse alcançada. Por meio da prática reiterada da ginástica doméstica os alunos deveriam ter conhecimento de todos os movimentos, assim como superar os limites e as dificuldades provenientes da execução de cada um deles. Dessa maneira, a participação dos alunos caracterizava-se pela reprodução dos exercícios e das tarefas trazidos pelo professor.

Contudo, não eram quaisquer conteúdos ou de qualquer modo que os professores deveriam trabalhar. Schreber também chama a atenção sobre a importância e a necessidade de método. Segundo ele, “é evidente que não podemos obter o fim que temos em vista, executando a esmo quaisquer movimentos, e não submetendo a sua execução a leis definidas e determinadas” (p. 39). Para ministrar a ginástica era preciso estar atento para uma série de questões levantadas pelo autor, como, por exemplo: a função dos exercícios, a maneira de os executar, a duração de cada um deles e, principalmente, “a conveniência individual da natureza e da soma dos movimentos” (p. 40, grifos do original). Portanto, um conjunto de preceitos banhados em uma retórica cientificista, a qual fundamentava as finalidades, os conteúdos, os métodos a serem almejados pela aplicação do seu compêndio, que perfaziam o esquema básico de Chervel (1990) para a compreensão histórica de uma disciplina escolar.

Segundo o autor, a opção pela ginástica doméstica, médica e higiênica de origem alemã apresentava uma série de vantagens para a educação física da mocidade. Além de promover o equilíbrio das forças vitais, os exercícios prescritos eram de fácil execução e, conforme alertava Schreber, possibilitavam a manutenção da saúde até idade avançada. Proporcionavam também força e agilidade por meio do fortalecimento dos músculos e das articulações. Entre os resultados esperados estava a possibilidade de viver com mais vigor, aptidão, perseverança, satisfação e resistência. Contudo, o compêndio de Schreber não foi o único a fazer parte da trajetória da ginástica no ensino público primário ofertado no Estado do Paraná.

O "homem forte", segundo Domingos Nascimento

Ao produzir o seu livro, Domingos Nascimento estava preocupado com a forma como a ginástica era ministrada nas escolas paranaense naqueles anos. O problema central que o incomodava havia algum tempo – desde quando fora aluno da escola militar – referia-se aos métodos de ensino e aos conteúdos escolarizados. De acordo com Chervel (1990, p. 202), “é esse o componente que chama prioritariamente a atenção, pois é ele que a distingue de todas as modalidades não escolares de aprendizagem, as da família ou da sociedade”. Logo, seguindo as pistas de Chervel, vale a pena destacar novamente que o compêndio de Schreber não fora produzido para atender exclusivamente aos imperativos escolares. Nascimento parecia ter isso claro. Segundo ele,

Os exercícios evidentemente violentos, sem um método regular consequente da correlação que deve existir entre as funções do corpo e do espírito, só podem trazer sérios prejuízos aos que deles façam uso.

É assim que no Brasil o ensino da ginástica ainda se acha apegado aos condenáveis sistemas de pretender-se transformar os indivíduos em verdadeiros acrobatas e atletas, deformar o corpo e desequilibrar o espírito, sem atender-se que a educação física propriamente dita deve ser compreendida antes como um complemento da educação intelectual e moral e como um agente higiênico e poderoso do aperfeiçoamento da espécie, do que como elemento de formação de homens exclusivamente robustos, muitas vezes disformes, quando não escravos da vontade inteligente de outrem pela sua inferioridade cerebral.

Não assim têm compreendido os modernos investigadores do magno problema da educação humana. Para esses, por exemplo, estão postos de lado, como inúteis e ruinosos à saúde da mocidade, as paralelas, as barras fixas, as argolas, os trapézios, os saltos duplos etc., da antiga ginástica, causas muitas vezes de acidentes como rupturas musculares, hérnias, deslocamentos, torceduras, fraturas, hydartroses etc. etc. (Nascimento, 1905, p. 7).

A ginástica acrobática à qual o autor se referia não estava preocupada com os possíveis efeitos deletérios de cada movimento no organismo de quem a praticava. Os exercícios aplicados, assim como os objetivos almejados, também não estavam de acordo com os novos preceitos defendidos pelos estudos científicos no campo da medicina e da higiene. Ao contrário, para os críticos representavam a ausência de método, caracterizavam uma atividade considerada fora de qualquer padrão racional, vista pelo autor paranaense como velha e ultrapassada. Para ele, a maneira como os exercícios eram aplicados e os resultados que eram esperados distorciam até a finalidade da própria educação física. Por meio dos movimentos exigidos nos diferentes aparelhos, as aulas serviam muito mais para a educação atlética do que para o aperfeiçoamento do corpo. Direcionadas para a formação de verdadeiros ginastas, privilegiava-se mais a participação de “indivíduos destinados à cultura excessiva de certas qualidades físicas inatas” (p. 8). Não serviria, pois, ao propósito de educar o corpo como uma das dimensões da educação integral dos indivíduos.

Insatisfeito com “esses exercícios violentos e inúteis, quando não nocivos à saúde, com tanta pertinácia e obscuridade empregados em nossas escolas” (p. 9 e 10), Domingos Nascimento buscou estabelecer um método de ensino “razoável e compatível com o meio” (p. 6). Conforme ele afirmava, “não se cuidou ainda, no Brasil, que me conste, de modificar o sistema de educação física, pondo de lado esses instrumentos de deformação para substituí-los por exercícios compatíveis com as funções da natureza humana, encarando-a pelo lado higiênico e do equilíbrio das forças vitais” (sem grifos no original, p. 11).

Consequentemente, o método adotado por ele foi justamente o sistema de ginástica alemão desenvolvido por Schreber. Apesar de fazer menção ao método sueco, o capitão paranaense resolveu adotar as séries de movimentos prescritas pelo ortopedista alemão em detrimento da ginástica sueca pelos mesmos motivos que esse, ou seja, a dificuldade para a aquisição de aparelhos e de auxílio de terceiros, e tornou mais simples a seção de ginástica. A opção pelo método do alemão fica evidente no próprio texto do autor. Ao elogiar e sintetizar a obra alemã, Domingos Nascimento fez pequenas modificações sem, com isso, comprometer o conteúdo original. Entre tais modificações estão: mudança na ordem de alguns exercícios e a divisão em pequenas lições, o que torna aquele método ainda mais fácil de ser assimilado pelos professores. Não é demais observar como vários professores reclamavam em seus relatórios das dificuldades de trato com o compêndio alemão. Nascimento parecia estar atento àquelas opiniões ao propor a simplificação do compêndio para uso nas escolas.

Apesar de combater veementemente a educação atlética, Domingos Nascimento acreditava que o esporte poderia ser considerado como parte da educação física, bem como ser ensinado nas escolas. No entanto, ao defender tais atividades o autor era contra qualquer abuso ou especialização. Para ele o esporte estava associado à prática de “exercícios dos músculos com o fim higiênico” e, assim como a ginástica, também exigia a racionalidade na aplicação dos exercícios e destacava sempre as funções dos movimentos em relação ao organismo das pessoas. Ao tratar desse assunto em seu livro o militar paranaense recorre a Roblot e define o esporte como “todo o trabalho imposto ao aparelho locomotor para um fim higiênico e de diversão” (p. 7). Entre as atividades relacionadas no texto encontram-se “a marcha, a corrida, o salto, a esgrima, a natação, a velocipedia, o exercício de remar, a patinagem, a equitação, o canto e a dança” (p. 7). Logo, sua caracterização do esporte tem muito a ver com uma mudança da sensibilidade que seria marca da modernização da sociedade: o hommo sportivus era aquele dotado de vontade, energia, ativo e industrioso. A exercitação física era um dos motores da educação de uma nova sensibilidade fundada na ação corporal intensa e planejada. Não é casual que o método, motivação primeira das obras de Schreber e Nascimento, fosse uma das âncoras de todo o movimento de renovação educacional e também da afirmação da educação física como disciplina escolar (Monarcha, 2009; Taborda de Oliveira, 2009).

Além da falta alegada de método para o ensino da ginástica e da crítica à educação atlética, outras questões animaram o paranaense a escrever seu livro sobre educação física. Essas questões foram incorporadas e destacadas pelo autor a partir do contato que tivera com a obra do ortopedista de Leipzig. Segundo ele, o primeiro problema observado nas escolas decorria da fadiga provocada nas crianças em virtude das sucessivas horas de estudos ininterruptos. Procedimentos como esse prejudicavam significativamente a educação geral e física, exigiam a necessidade de um momento para amenizar as longas horas de trabalho que a rotina escolar impunha. Segundo o autor, forçar as crianças durante muito tempo à concentração e ao exercício intelectual, sem proporcionar-lhes um intervalo sequer, feria uma das questões mais caras a um médico ortopedista, qual seja: os problemas de coluna gerados por uma postura incorreta e viciada. Seguindo o depoimento de Schreber (s./d, p. 62 e 63), o autor reiterava,

Não devo deixar de dar aos preceptores da mocidade um conselho que se me afigura de suma importância debaixo do ponto de vista médico. A consideração da atitude, do desenvolvimento do corpo e da saúde geral das crianças, a que é de TÃO RIGOROSA NECESSIDADE atender nos estabelecimentos de instrução de nossa época, conduz-nos com efeito à seguinte regra positiva: NENHUMA CREANÇA DEVE PERMANECER ASSENTADA MAIS DE DUAS HORAS. O hábito de forçar as crianças a estar na posição de assentadas de um modo contínuo e sem interrupção, e até às vezes sem que se lhes permita mover um pouco o corpo, chegando as costas a fatigar-se, por se acharem durante muito tempo curvadas, é, nas crianças, uma das mais manifestas e frequentes causas dos vícios de conformação que apresentam na coluna vertebral e na pélvis, e por conseqüência pode exercer uma influência verdadeiramente perniciosa no futuro das crianças do sexo feminino (destaques do original).

Educar a postura dos educandos era fundamental para o desenvolvimento de corpos aprumados, mas não o suficiente. Para desenvolver os músculos das costas, tão necessários para a sustentação da coluna, eram indispensáveis exercícios corporais. Não é por acaso que a necessidade do intervalo, que se constituiria no que se convencionou chamar de recreio escolar (Meurer, 2008), era bastante reivindicada pelos médicos higienistas desde o século XIX e estava diretamente relacionada com a inserção da ginástica nas práticas escolares. Tais recomendações refletem a transição de um corpo considerado inerte e apático, sem iniciativa, para outro que gradativamente “ganha”’ em movimentação dentro da escola.

Schreber alertava para a necessidade de não se descuidar do desenvolvimento do corpo. A importância dada à atividade corporal por parte do autor alemão também contribuiu para que Domingos Nascimento discorresse sobre o assunto e registrasse sua opinião. Para ele, o título do livro era a própria síntese, ou seja, representava os fundamentos sob os quais o produzira. Por homem forte o paranaense associava “um estado de energia e de virilidade capazes de predispor o homem para enfrentar obstinadamente o struggle for life, sem desfalecimentos nem irresoluções” (p. 13). De nada adiantaria o conhecimento se ele estivesse alojado em um corpo fragilizado. De nada adiantaria a inteligência humana se a humanidade não tivesse força para enfrentar as vicissitudes da vida.

A educação física, pela via da ginástica, fazia sua entrada na cena educacional como um dos vetores da moralização dos costumes, a qual não poderia prescindir dos corpos para sua consignação. Não se educaria o corpo por ele mesmo, como sede das sensações e possibilidade de apreensão do mundo. O corpo seria educado porque nele repousava a esperança de morigeração dos costumes, que pressupunha um conjunto de atributos morais adequados a um mundo que se transformava. O corpo rijo, reto, ereto, altivo e ativo, calcado no discurso cientificista, era um ideal que lançaria as bases de constituição da educação física como conteúdo escolar, obliterando outras formas corporais de ser e existir, sobretudo aquelas afeitas às largas parcelas da população que ainda não tinham a experiência escolar no seu horizonte de expectativas.

O compêndio de Daniel Schreber, produzido para um contexto alheio ao brasileiro, já era objeto de críticas de intelectuais europeus preocupados com a renovação educacional, no fim do século XIX (Caruso, 2005). Provavelmente alheio a isso, Domingos Nascimento apropriara as prescrições do alemão e as adaptaria à realidade das escolas paranaenses como expressão do que haveria de mais avançado no âmbito da ciência para a educação dos corpos dos escolares. Independentemente do descompasso entre obsolescência do compêndio de Schreber e os anseios reformadores de Nascimento, não se pode negar a importância do autor paranaense e do seu pequeno livro, tanto para a seleção quanto para a circulação de ideias, manifestas nas prescrições sobre a ginástica, que ajudariam a lançar as bases do que hoje conhecemos como a disciplina educação física. Isso em um período em que, apesar dos discursos sobre a importância da educação escolar, a escola estava longe de ser uma possibilidade para a maior parte da população brasileira.

Algumas considerações

Com efeito, podemos dizer que a ginástica doméstica, médica e higiênica desenvolvida por Schreber ajudou a definir não só o trabalho de Domingos Nascimento, mas também o estabelecimento dos cuidados com a atividade corporal, sobretudo pela via da sua sistemática exercitação, na instrução pública da então Província do Paraná. Tendo como referência o compêndio alemão, ainda nos fins do império os dirigentes do ensino atentaram para a importância da educação física e a ginástica foi instituída no ensino primário. Isso se deu como imposição aos professores, pela via legislativa, de um conjunto de prescrições que se fundava em um tipo de conhecimento “científico” para ministrar mais um tipo de saber que se escolarizava. Esse movimento de atuação do estado na definição das políticas referentes à instrução pública, sobretudo no âmbito da prescrição do que e como deveriam ser ministrados os conteúdos e as disciplinas escolares, é bastante evidente na história do currículo, conforme constatou Goodson (1995). No entanto se evidencia a dificuldade dos professores no trato com aquele conjunto prescritivo, na medida em que não se sentiam em condições de desenvolver mais aquela habilidade: educar deliberadamente os corpos dos alunos. Talvez por isso a documentação que cobre o período entre 1882, ano de estabelecimento da obrigatoriedade legal do ensino da ginástica no Paraná, e os anos finais do século XIX silencie sobre a efetiva prática da ginástica nas escolas públicas paranaenses. Estaríamos, assim, diante de uma continuidade legal da oferta de educação física nas escolas públicas, mas de uma descontinuidade em relação à sua efetiva prática no cotidiano das escolas. Ao que parece, a iniciativa de Nascimento visava justamente a equacionar, pela via do método, a distância entre o prescrito e o efetivado (Taborda de Oliveira e Meurer, 2007).

Claro está que os dois autores, nos seus respectivos livros, não tratam a ginástica como uma disciplina escolar, mas como um momento e uma prática importantes para a educação do corpo e da sensibilidade. Assim, os tomamos como expressão de um lento processo de afirmação das preocupações com a educação do corpo na escola primária, que ajudariam a definir e estabilizar a educação física como disciplina escolar de grande longevidade na escola brasileira.

Podemos considerar a obra de Domingos Nascimento tanto como fruto da tradução de obras estrangeiras para o ensino das diferentes disciplinas presentes nos programas de ensino quanto do esforço de produção de uma literatura nacional que embasasse a prática docente cotidiana.5 Essa ajudaria a inventar e disseminar até o ethos do hommo gymnasticus, o qual marcaria o desenvolvimento da cultura ocidental ao longo do século XX. A contemplação dessas duas características presentes na obra de Domingos Nascimento deve-se ao fato de versar não apenas sobre o ensino de ginástica escolar, mas sobre outras práticas concernentes à educação integral do homem, que seria desenvolvida a partir da sua formulação do “homem forte”, com o correspondente desenvolvimento de uma sensibilidade fundada na moralização dos costumes, retórica cara aos reformadores da instrução pública em diferentes quadrantes do mundo ocidental.

  • 1
    Apesar de Vago (2003) chamar a atenção para um maior investimento na análise das prescrições referentes à educação física presentes em impressos, como os livros didáticos, ainda são poucas as pesquisas sobre os livros de educação física e ginástica em uma perspectiva histórica no Brasil. Fato que se torna ainda mais evidente, sobretudo se pensarmos a história (e a análise) dos livros e do material de ensino, inserida no âmbito mais amplo da história das disciplinas escolares, conforme sugere Viñao (2008). Mesmo considerando algumas iniciativas (Cunha Jr., 1998 e 2000; Silva, 1999), ainda não localizamos estudo mais exaustivo nessa direção. Sobre as pesquisas feitas em outros países, destacamos os trabalhos de Pastor Pradillo (2005a, 2005b e 2005c), na Espanha; os artigos desenvolvidos por Gleisy e Soares (2008, 2012), na França; e o trabalho de Scharagrodsky, Manolakis e Barroso (2003), na Argentina.
  • 2
    Sobre a história da educação física e da ginástica no ensino público primário paranaense, ver Puchta (2007).
  • 3
    Daniel Gottlieb Moritz Schreber (1808-1861) era membro de uma família de burgueses, protestantes e cultos da Alemanha. Formou-se em medicina, área na qual obteve uma maior inserção no ramo da ortopedia. Como médico, Schreber também se dedicou à pedagogia e apresentou interesse especial por problemas relativos à educação física, ginástica, medicina preventiva, higiene escolar e saúde pública (NIEDERLAND, 1981).
  • 4
    Domingos Nascimento foi responsável, juntamente com “outros dois distintos militares”, pela redução do mate em tabletes. Outro dado que marca a trajetória de Domingos Nascimento na história do Paraná é o fato de ser de sua autoria a letra do hino do estado.
  • 5
    Sobre o processo de tradução de obras estrangeiras, bem como do incentivo à produção de livros didáticos nacionais, ver Bittencourt (1993).

Referências

  • Bittencourt C. Livro didático e conhecimento histórico: uma história do saber escolar. 1993. Tese (Doutorado em História) - Faculdadede Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1993.
  • Caruso M. La biopolitica en las aulas. Buenos Aires: Prometeo; 2005.
  • Chervel A. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. In: Teoria e Educação. Porto Alegre; 1990. p. 177-229, n. 2.
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2015

Histórico

  • Recebido
    19 Set 2012
  • Aceito
    22 Jun 2013
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