Segurança e Factibilidade do Acesso Ulnar Após Falha do
               Acesso Radial Ipsilateral

Andrade, Pedro Beraldo de; Rinaldi, Fábio Salerno; Bienert, Igor Ribeiro de Castro; Nogueira, Ederlon Ferreira; Tebet, Marden André; Esteves, Vinícius Cardozo; Andrade, Mônica Vieira Athanazio de; Barbosa, Robson Alves; Mattos, Luiz Alberto Piva e; Labrunie, André

doi:10.1590/0104-1843000000003

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ARTIGOS ORIGINAIS • Rev. Bras. Cardiol. Invasiva 22 (1) • Jan-Mar 2014 • https://doi.org/10.1590/0104-1843000000003 linkcopiar

Segurança e Factibilidade do Acesso Ulnar Após Falha do Acesso Radial Ipsilateral

Safety and Feasibility of Ulnar Access After Failure of Ipsilateral Radial Access

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumos

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Introdução: Publicações pioneiras desencorajam o uso do acesso ulnar após falha na tentativa de obtenção do acesso radial ipsilateral.

Métodos: Registro prospectivo de eficácia e segurança comparando a ocorrência de sangramento e complicações vasculares entre casos com intenção inicial de utilizar o acesso ulnar e aqueles cujo emprego desse acesso se deu após falha na canulação da artéria radial ipsilateral.

Resultados: Entre maio de 2007 e dezembro de 2013, foram realizados 11.825 procedimentos coronários invasivos em um único centro, 473 (4%) deles pelo acesso ulnar. Em 65 casos, a canulação da artéria ulnar foi precedida por falha na obtenção do acesso radial ipsilateral. A taxa de sucesso da técnica foi superior a 98%, sendo baixo o número de complicações, em sua maioria decorrentes de hematomas superficiais, sem diferença entre os grupos. Não houve casos de sangramento grave relacionado a via de acesso, pseudoaneurisma, fístula arteriovenosa ou lesão do nervo ulnar adjacente.

Conclusões: O acesso ulnar representa uma alternativa segura e eficaz para a realização de procedimentos coronários invasivos selecionados, a despeito de tentativa prévia de obtenção do acesso radial ipsilateral.

Artéria ulnar; Artéria radial; Angiografia coronária; Intervenção coronária percutânea; Hemorragia

		Geral	Grupo 1	Grupo 2
Variáveis		(n = 473)	(n = 408)	(n = 65)	Valor de p
Sexo masculino, n (%)		220 (46,5)	189 (46,3)	31 (47,7)	0,89
Idade, anos		61,6 ± 11,2	61,9 ± 11,3	59,6 ± 10,8	0,12
Hipertensão arterial sistêmica, n (%)		397 (83,9)	349 (85,5)	48 (73,8)	0,02
Diabetes mellitus, n (%)		173 (36,6)	154 (37,7)	19 (29,2)	0,21
Dislipidemia, n (%)		277 (58,6)	240 (58,8)	37 (56,9)	0,78
Tabagismo atual, n (%)		115 (24,3)	97 (23,8)	18 (27,7)	0,53
Doença vascular prévia^* * Infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, intervenção coronária percutânea ou revascularização miocárdica cirúrgica prévias. , n (%)		154 (32,6)	141 (34,6)	13 (20,0)	0,02
Quadro clínico, n (%)					< 0,01
	Angina estável	260 (55,0)	224 (54,9)	36 (55,4)
	SCASST	153 (32,3)	125 (30,6)	28 (43,1)
	IAMCST	60 (12,7)	59 (14,5)	1 (1,5)

		Geral	Grupo 1	Grupo 2
Variáveis		(n = 473)	(n = 408)	(n = 65)	Valor de p
Tipos, n (%)					0,36
	Diagnóstico	345 (72,9)	294 (72,1)	51 (78,5)
	Terapêutico	128 (27,1)	114 (27,9)	14 (21,5)
Ulnar direita, n (%)		413 (87,3)	362 (88,7)	51 (78,5)	0,02
Número de cateteres		1,9 ± 0,8	1,9 ± 0,9	2,0 ± 0,6	0,38
Calibre do introdutor, n (%)					0,38
	5 F	324 (68,5)	276 (67,6)	48 (73,8)
	6 F	149 (31,5)	132 (32,4)	17 (26,2)
Duração, minutos		24,8 ± 15,1	24,5 ± 15,6	26,3 ± 11,7	0,37
Tempo de fluoroscopia, minutos		5,3 ± 5,2	5,4 ± 5,4	4,4 ± 3,2	0,14

		Geral	Grupo 1	Grupo 2
Variáveis		(n = 473)	(n = 408)	(n = 65)	Valor de p
Sucesso da técnica, n (%)		467 (98,7)	403 (98,8)	64 (98,5)	0,59
Tipo de hematoma, n (%)		15 (3,2)	12 (2,9)	3 (4,6)	0,44
	I	10 (66,7)	8 (66,7)	2 (66,7)
	II	1 (6,7)	1 (8,3)	0
	III	2 (13,3)	1 (8,3)	1 (33,3)
	IV	2 (13,3)	2 (16,7)	0
	V	0	0	0
Oclusão arterial assintomática, n (%)		4 (0,8)	4 (0,9)	0	> 0,99
Outras complicações vasculares^* * Sangramento grave, pseudoaneurisma, fístula arteriovenosa, lesão do nervo ulnar. , n (%)		0	0	0	NA

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Infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, intervenção coronária percutânea ou revascularização miocárdica cirúrgica prévias.

[2] SCASST: síndrome coronária aguda sem supradesnivelamento do segmento ST; IAMCST: infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST