FUNDAMENTO: A intervenção coronária percutânea primária (ICPP) com stents farmacológicos apresenta resultados ainda incipientes e controversos na literatura. OBJETIVO: Comparar os resultados da ICPP com stents farmacológicos e não-farmacológicos no Brasil, no biênio 2006-2007. MÉTODO: De janeiro de 2006 a dezembro de 2007, todos os pacientes consecutivos acometidos de infarto agudo do miocárdio (IAM) com supradesnivelamento do segmento ST, tratados por meio da ICPP com stents farmacológicos ou não, devidamente relacionados no banco de dados da Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC) foram analisados quanto às características clínicas e angiográficas e aos resultados na fase hospitalar. RESULTADOS: Foram analisados 4.876 pacientes tratados por meio da ICPP, e em 4.674 (95,9%) dos quais foram utilizados stents não-farmacológicos e em 202 (4,1%), stents farmacológicos. O sucesso do procedimento foi maior após os stents farmacológicos em relação aos não-farmacológicos (97,5% vs. 93,5%; p = 0,02). Não houve diferenças entre os grupos quanto à trombose da endoprótese (1,5% vs. 1,3%; p = 0,869) ou mesmo quanto à incidência geral de complicações (1,0% vs. 2,8%; p = 0,119). A mortalidade tendeu a ser menor após stents farmacológicos (2,0% vs. 4,4%; p = 0,098). CONCLUSÃO: No Brasil, a ICPP com stents farmacológicos apresenta baixas taxas de trombose e de mortalidade na fase hospitalar, comparáveis às taxas observadas com stents sem fármacos, em amostra populacional relativamente restrita de pacientes, nos quais a indicação desses stents foi certamente influenciada por fatores múltiplos e que afetaram os resultados comparativos.
Infarto do miocárdio; Angioplastia transluminal percutânea coronária; Angioplastia; Stents farmacológicos; Contenedores