Introdução:
A intervenção coronária percutânea primária é hoje o método preferencial de reperfusão na abordagem de pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST. Em boa parte desses casos, ocorre o fenômeno de não reperfusão, que é a incapacidade de se reperfundir uma região do miocárdio após o restabelecimento da patência de uma artéria coronária epicárdica previamente ocluída. O benefício de inibidores da glicoproteína IIb/IIIa, bloqueando a via final comum da agregação plaquetária, tem sido sugerido em estudos de síndromes coronárias agudas, mas persistem pontos obscuros quanto à sua real eficácia, no contexto da não reperfusão, em pacientes tratados com intervenção coronária percutânea primária.
Métodos:
Investigação multicêntrica que avaliou o impacto da administração precoce do inibidor da glicoproteína IIb/IIIa de baixo peso molecular tirofiban, em forma duplo-mascarada, controlada por placebo, sobre a ocorrência de não reperfusão, empregando métodos angiográficos e eletrocardiográfico para documentar (1) os fluxos coronário epicárdico, pelo escore TIMI, e microcirculatório, pelo escore MBG de opacificação e escoamento miocárdicos; (2) a resolução do supradesnivelamento do segmento ST, como índice final do sucesso da reperfusão.
Conclusões:
Se comprovada redução da incidência de não reperfusão tanto 90 minutos como 24 horas após a intervenção coronária percutânea primária, este estudo-piloto, deve nortear a implementação de estudo mais abrangente, para investigar o possível impacto do bloqueio sistemático da via final comum da agregação plaquetária, sobre a mortalidade de pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST.
Infarto do miocárdio; Intervenção coronária percutânea; Reperfusão miocárdica; Terapia trombolítica; Resultado do tratamento