RESUMO
Introdução:
O suicídio é um sério problema de saúde pública. Estima-se que para cada óbito existam 10 tentativas. Dentre os meios utilizados, as queimaduras têm destaque devido à gravidade das lesões, a alta taxa de letalidade e os grandes prejuízos funcionais, estéticos e psicológicos. As mulheres, por constituírem a maioria dos pacientes com história de tentativa de suicídio e morte por queimaduras, representam um grupo vulnerável que merece recorte para aprofundamento do estudo.
Métodos:
Estudo retrospectivo, de caráter descritivo de série temporal. Foi desenvolvido na Unidade Tratamento de Queimados e no Instituto de Medicina Legal em Brasília (DF), entre os anos de 2010 e 2015.
Resultados:
Foram identificadas 42 mulheres com história de suicídio por queimaduras, tentado ou consumado. Houve 15 óbitos relacionados diretamente à lesão térmica. Houve um predomínio da faixa etária entre 30 e 44 anos, seguida por 15 a 29 anos. Em 64,3% dos casos o evento aconteceu no DF. Em relação aos agentes etiológicos, o mais comum foi o álcool (71,4%). A média de superfície corporal queimada foi de 34,38%, sendo que as pacientes que faleceram apresentaram áreas queimadas maiores (59,53%) do que as que sobreviveram (20,4%).
Conclusão:
Os dados obtidos no DF corroboram informações da literatura. Apesar do progresso envolvendo manejo e tratamento dos pacientes queimados, a prevenção continua sendo a melhor atitude.
Descritores:
Suicídio; Mulheres; Queimaduras; Unidades de queimados; Saúde pública