RESUMO
Introdução:
Várias são as vantagens da utilização de retalhos fibulares para as reconstruções de defeitos craniomaxilofaciais, incluindo a baixa morbidade da área doadora, boa qualidade óssea possibilitando a realização de implantes osteointegrados quando indicados, além da possibilidade de inclusão de uma ilha de pele quando indicado. Durante a dissecção do retalho, próximo à região do pedículo vascular, normalmente inclui-se um cuff muscular e uma faixa de periósteo. O potencial osteogênico do periósteo transplantado tem sido objeto de estudo.
Relato de caso:
paciente de 15 anos, submetido à reconstrução microcirúrgica com um retalho fibular para um defeito mandibular pós-ressecção de um sarcoma ósseo. Evoluiu com aumento de volume, de consistência óssea na região cervical próximo à cervicotomia realizada para anastomose vascular. Exames de imagem mostravam características ósseas da massa. Foi então submetido à nova cervicotomia e exploração da massa, sendo observada uma formação de tecido ósseo no local da anastomose vascular. Exame anatomopatológico da peça mostrava formação de tecido ósseo adjacente ao retalho periostal.
Discussão:
Durante a dissecção do retalho fibular, a osteotomia é realizada a alguns centímetros da articulação do joelho, isto a fim de facilitar a dissecção do pedículo vascular na região do oco poplíteo. O pedículo vascular fica então envolto por uma cuff muscular e por uma tira de periósteo. Este mantém sua capacidade osteogênica, que pode ser ativada de acordo com o estímulo do local. A ossificação do periósteo do pedículo vascular de retalhos livres de fíbula permanece um evento raro, porém relatado por centros diferentes.
Descritores:
Capacidade osteogênica; Retalho livre de fíbula; ossificação