RESUMO
Introdução:
Apesar do avanço no diagnóstico e no tratamento das pacientes com neoplasia mamária, ainda há casos que se apresentam como doença localmente avançada. Nesse contexto, o controle oncológico requer ressecções extensas e complexos procedimentos reparadores. A participação do cirurgião plástico nas equipes multidisciplinares de tratamento oncológico tem apresentado importância crescente tanto nas etapas de planejamento como de execução. O objetivo é analisar prospectivamente casos de pacientes com extensas ressecções no tórax e reconstrução de parede torácica quanto aos seus resultados e complicações no período de 2014-2016.
Métodos:
Seguimento prospectivo por 6 meses de 15 casos de pacientes submetidas a extensas ressecções oncológicas no tórax e reconstrução por um mesmo cirurgião plástico em hospitais da rede pública de São Paulo-SP. Foram coletados os dados: idade, diagnóstico, queixa pré-operatória, extensão da área de ressecção e incidência de complicações locais.
Resultados:
As pacientes tinham idade média de 49,2 anos, a queixa mais comum era massa papável, o diagnóstico mais comum era neoplasia da mama (80%), a maioria das ressecções preservou o plano muscular e a área média de ressecção foi de 259,2 cm2. O retalho miocutâneo do grande dorsal em V-Y foi o mais utilizado, e o toracoabdominal foi o segundo. Epiteliólise foi detectada em 13,3% das pacientes e necrose parcial menor que 5% do retalho em 13,3%.
Conclusão:
Na presente casuística, as pacientes portadoras de neoplasias extensas no tórax representaram um desafio para a reconstrução local, necessitando de planejamento pré-operatório minucioso e com múltiplas opções. A participação do cirurgião plástico no tratamento desses casos contribuiu para redução de morbidade e demonstrou baixo índice de complicações.
Descritores:
Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos; Neoplasias da mama; Mamoplastia; Parede torácica; Neoplasias de tecidos moles.