RESUMO
Introdução:
Lesões no terço distal dos membros inferiores, com exposição de ossos, articulações, tendões e vasos sanguíneos, não são passíveis do uso de enxertos de pele. Isto ocorre porque o leito vascular é exíguo e pela pobre granulação das feridas, podendo apenas ser corrigidas com retalhos musculares, miocutâneos, fasciocutâneos ou transferência microcirúrgica.
Métodos:
O retalho em seu limite inferior é demarcado a partir de 5cm acima dos maléolos. Superiormente, é marcado num comprimento suficiente para cobertura total da lesão. Realizada incisão em demarcação prévia, e elevados pele e tecido subcutâneo juntamente com a fáscia muscular. O nervo sural é preservado em seu leito original. A elevação do retalho se dá até o ponto inferior marcado (o pedículo). Neste ponto, o retalho é transposto numa angulação suficiente para alcançar a lesão.
Resultados:
Oito casos foram operados utilizando o retalho descrito. Todos apresentavam exposição de ossos e tendões em região distal da perna, dorso do pé ou ambos, nos quais foram utilizados o retalho fasciocutâneo reverso da perna com a técnica proposta por Carriquiry. Os casos apresentaram resultados estético e funcional satisfatórios.
Conclusão:
O retalho utilizado se presta à correção de lesões do terço inferior da perna e do pé. É relativamente fácil de ser confeccionado, com bom suprimento vascular, e não há perda funcional do leito doador.
Descritores:
Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos; Traumatismos da perna; Traumatismos do pé; Retalhos cirúrgicos; Nervo sural