Resumo:
O movimento indígena no Brasil, nos últimos anos, tem se organizado para pleitear e ocupar os espaços de representatividade democrática, instaurando uma nova era: a insurgência para demarcar a política brasileira. Com esse contexto, o presente artigo tem como objetivo identificar as candidaturas autodeclaradas indígenas nos pleitos eleitorais de 2014, 2018 e 2022 para, então, analisar as possíveis causas que impulsionaram o aumento dessas candidaturas nesses três pleitos eleitorais. A pesquisa, em perspectiva qualitativa - com enfoque exploratório descritivo - reúne sete dimensões analíticas, cujos dados foram obtidos na Base de Dados Abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os principais resultados sinalizam que o aumento das candidaturas autodeclaradas indígenas pode estar associado a cinco causas principais: o fortalecimento do movimento indígena nas últimas três décadas; o acesso desses povos às políticas públicas educativas voltadas à equidade e à diversidade étnico-racial; o contexto político após o impeachment de Dilma Rousseff; a instrumentalização política por partidos de direita e de extrema-direita; a forte presença das mulheres indígenas, sobretudo nas eleições de 2022.
Palavras-chave:
povos indígenas; insurgências; violações de direitos; eleições; democracia representativa