Resumo
Neste artigo explora-se o processo de co-constituição dos referentes identitários e geopolíticos pós-soviéticos como fundamento discursivo da política externa de Putin. Analisa-se ainda o papel que o discurso geo-identitário desempenha, desde 2000, na justificação da recomposição do espaço pós-soviético e reclamação de uma nova ordem internacional. Metodologicamente, recorre-se à dialética entre “grande” (high) e “pequena” (low) geopolítica com o objetivo de destacar a interdependência entre as narrativas nacionais produzidas pelo poder político e pela sociedade. Conclui-se que a plasticidade e o hibridismo da gramática simbólica russa permitiram definir uma política externa pragmática e assertiva, mobilizada para a recuperação do estatuto internacional da Rússia e a consolidação da coligação de interesses liderada por Putin.
Palavras-chave:
Política Externa da Rússia; Espaço Pós-Soviético; Destino Manifesto; eurasianismo; Putin