A chamada "teoria das elites", que tem em Robert Michels um de seus autores canônicos, é um corpo doutrinário que visa demonstrar a impossibilidade de um ordenamento social mais democrático e igualitário. É, assim, um exemplo da "tese da futilidade", discutida por Albert Hischman, que afirma que qualquer tentativa de mudar o mundo é inútil. O artigo argumenta que, apesar disso, a "lei de ferro das oligarquias", apresentada por Michels em 1911, pode ser apropriada por uma reflexão comprometida com o avanço da democracia. Em vez de levar ao abandono do ideal democrático, serve de alerta contra o abastardamento desse ideal pelas próprias instituições que dizem implementá-lo, proporcionando instrumentos para uma análise crítica da representação política.
teoria das elites; representação política; oligarquia; democracia; Robert Michels