Após a mineração do carvão a céu aberto, os solos são construídos e normalmente apresentam baixos estoques e baixa qualidade de matéria orgânica (MO), sendo importante usar espécies para revegetação e recuperação da área degradada. Este trabalho objetivou avaliar a distribuição do carbono (C) em frações químicas, bem como as características químicas e o grau de humificação da MO em um solo construído após a mineração de carvão e sob cultivo de gramíneas perenes. O experimento foi instalado em 2003, com os seguintes tratamentos: Hemarthria altissima (T1), Paspalum notatum (T2), Cynodon dactilon (T3), Urochloa brizantha (T4), solo construído descoberto (T5) e solo natural (T6). Em 2009, amostras de solo foram coletadas na camada de 0,00-0,03 m e determinados os estoques de C orgânico total (COT) e de C nas frações químicas: extrato ácido (CHCl), ácido fúlvico (CAF), ácido húmico (CAH) e humina (CHU). A fração ácido húmico (AH) foi caracterizada por espectroscopia de infravermelho, e calculou-se o índice de fluorescência induzida a laser (IFIL) da MO. Após seis anos, somente foram encontradas diferenças nos estoques de C da fração AH, sendo os maiores estoques observados em T1 (0,89 Mg ha-1) e T4 (1,06 Mg ha-1). Os espectros de infravermelho do AH de T1, T2 e T4 foram semelhantes ao do T6, com maior contribuição de compostos orgânicos alifáticos, em comparação ao AH dos demais tratamentos. Nesse sentido, o IFIL decresceu na sequência T5>T3>T4>T1>T2>T6, o que indica maior humificação da MO em T3 e T5 e MO mais lábil nos demais tratamentos. Sendo assim, os tratamentos T1 e T4 evidenciaram maior potencial para recuperação da qualidade da MO do solo construído.
frações húmicas; infravermelho; fluorescência induzida a laser; gramíneas perenes