A inoculação de plântulas no viveiro com fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) é uma estratégia biotecnológica para aumentar o crescimento, a sobrevivência após o transplantio, e a produção de biomassa e reduzir o uso de fertilizantes. Archontophoenix alexandrae e Euterpe edulis são espécies de palmeiras usadas no sul do Brasil para produzir o palmito - a última espécie incluída na lista daquelas ameaçadas devido à superexploração das suas populações nativas. O objetivo deste artigo foi avaliar o efeito da inoculação micorrízica no crescimento e parâmetros fisiológicos de A. alexandrae e E. edulis. Após a germinação, as plântulas foram submetidas aos tratamentos de inoculação micorrízica (FMA) ou não inoculadas (CTL). Os conteúdos de clorofila, biomassa e fósforo da parte aérea não foram significativamente diferentes entre os tratamentos após cinco meses em casa de vegetação. A inoculação alterou significativamente os níveis de amido e carboidratos solúveis na parte aérea e nas raízes de ambas as espécies. Em campo, os FMAs não tiveram efeito no diâmetro do caule e na altura após 12 e 24 meses, porém a biomassa total e a biomassa de folhas, caule e raízes foram maiores em plantas inoculadas, comparadas com plantas controle. Os resultados indicam que a inoculação com fungos micorrízicos arbusculares no viveiro tem papel importante no acúmulo de biomassa após 24 meses de transplantio para o campo. Assim, a inoculação micorrízica deve ser considerada uma importante estratégia para aumentar o crescimento e a produção dessas espécies de palmeiras tropicais que possuem importância econômica e ambiental.
palmeiras; carboidratos solúveis; carbono na planta; inoculação em campo; equações alométricas