A utilização de plantas de cobertura é sugerida como método fundamental para manter e, ou, elevar o teor de matéria orgânica no solo, mantendo e, ou, melhorando as condições físicas, químicas e biológicas dele. Os solos do Cerrado apresentam baixa fertilidade, consequentemente baixos teores de fósforo (P), que se relacionam a todas as etapas metabólicas da planta, por essas fazerem parte dos processos de síntese proteica e energética, além de interferir no processo fotossintético. Este trabalho objetivou avaliar a influência de plantas de coberturas e doses de P sobre os atributos químicos e biológicos do solo. O trabalho foi conduzido em Selvíria, MS, em Latossolo Vermelho distrófico, com delineamento de blocos casualizados em esquema de parcelas subdivididas, com plantas de cobertura (milheto, guandu, crotalária, mucuna-preta, milheto + guandu, milheto + crotalária e milheto + mucuna-preta) e pousio nas parcelas e doses de P (0, 60 e 90 kg ha-1 de P2O5, na forma de monoamônio fosfato), nas subparcelas, totalizando 24 tratamentos, com três repetições. Em agosto de 2011, foram avaliados os atributos químicos (pH, matéria orgânica, fósforo, acidez potencial, capacidade de troca catiônica e saturação por bases) e biológicos do solo (carbono do CO2 liberado, carbono microbiano, quociente metabólico e quociente microbiano do solo). Após dois anos de cultivo das plantas de cobertura em rotação com o feijoeiro, verificou-se que a biomassa das plantas de cobertura não alterou as características químicas do solo e pouco influenciou sobre a atividade microbiana. As maiores respostas foram verificadas para milheto e crotalária, isoladas ou em consórcio. As variáveis biológicas foram sensíveis e responderam às doses crescentes de adubação fosfatada, sendo os aumentos do carbono microbiano e a redução do quociente metabólico obtidos com as maiores doses de P.
carbono microbiano; atividade microbiana; matéria orgânica; adubação verde; cerrado