Concentrações altas de nitrogênio (N) em biossólidos são uma das maiores razões para a utilização agronômica deles. Entretanto, é essencial entender o destino do N em solos tratados com biossólidos, tanto por motivos de nutrição vegetal quanto para manejar o risco ambiental representado pela lixiviação de nitrato. Este trabalho teve como objetivo avaliar o risco de lixiviação de nitrato em um Espodossolo e em um Latossolo, cada um tratado com doses de 0,5 a 8,0 Mg ha-1 de biossólido fresco, biossólido compostado, biossólido caleado, biossólido seco a calor e biossólido irradiado por sol. Os resultados mostraram que, para doses iguais de aplicação, o nitrato acumulou-se até três vezes mais na camada superficial de 20 cm do Latossolo do que do Espodossolo. Entretanto, a maior capacidade de campo do Latossolo compensou as maiores concentrações de nitrato e espera-se a lixiviação de 20 % do nitrato acumulado na camada superficial desse solo. Dependendo do tipo de biossólido, entre 42 e 76 % do nitrato acumulado no Espodossolo serão lixiviados. A expectativa de lixiviação de nitrato no Espodossolo variou de 0,8 (biossólido compostado) a 3,5 vezes (biossólido caleado) em relação ao Latossolo tratado de maneira similar. Entretanto, o risco de contaminação de aqüíferos por lixiviação de nitrato nos solos tratados com uma dose única de biossólidos entre 0,5 e 8,0 Mg ha-1 foi considerado baixo.
biossólidos; lodo de esgoto; lixiviação de nitrato
