A remoção da manta morta nos pinhais portugueses pode reduzir o risco de incêndio florestal, mas essa prática pode influenciar o regime térmico do solo, alterando dessa forma a atividade biológica, a decomposição da manta morta e a dinâmica de nutrientes. Num solo arenoso (Haplic Podzol) sob pinus foram medidos perfis térmicos com termopares a várias profundidades até 16 cm, com ou sem manta morta. A manta morta atuou como um isolador térmico, reduzindo a amplitude da variação periódica da temperatura na camada de solo subjacente e aumentando as profundidades de amortecimento, sobretudo em teores baixos de umidade do solo. Na superfície do solo mineral a redução das amplitudes foi de cerca de 2,5 ºC no ciclo anual e de 5 a 6,7 ºC no ciclo diário, dependendo da umidade do solo. A manta morta aumentou em cerca de 1-1,5 ºC as temperaturas médias diárias do solo mineral quando este se encontrava mais frio e mais úmido. A melhoria das condições térmicas do solo sob a manta morta recomenda a sua retenção como regra a seguir enquanto prática de ordenamento florestal.
temperatura do solo; séries de Fourier; profundidade de amortecimento