A atribuição de nacionalidade é um dos principais dispositivos estatais para a codificação e regulação da mobilidade humana. É uma parte substantiva da produção de população (Foucault) que os Estados realizam em processos dinâmicos e conflituosos, estruturados por valores de classe e gênero. O artigo analisa as ações de quatro Estados em duas situações envolvendo migrantes da Bolívia na Argentina e na Espanha. A concessão ou não da nacionalidade aos imigrantes e emigrantes, e aos seus filhos, causa impacto nas práticas cidadãs e no exercício de direitos dos cidadãos atuais e futuros. Assim como alguns autores apontam que existem formas de emancipação da cidadania em relação à nacionalidade, a principal contribuição deste artigo é expor, no sentido inverso, intervenções que reforçam esse vínculo. Os dados empíricos são produto de trabalho de campo etnográfico multissituado e de revisão de fontes secundárias e documentos institucionais entre 2005 e 2015.
Migrações; Nacionalidade e cidadania; Estados