Este artigo busca discutir o modo como os programas do HGPE de 2010 da então candidata Dilma Rousseff mobilizaram a temática do feminino para articular noções sobre sua identidade e sobre a interface entre gênero e política. Para tanto, voltamo-nos, inicialmente, às teorias feministas com vistas a mapear quatro discursos recorrentes sobre gênero: (1) o discurso da igualdade; (2) a marcação da diferença; (3) a ética do cuidado; e (4) o desconstrucionismo. Com base nesses discursos, realizamos uma análise dos programas televisivos de Dilma, veiculados no primeiro e no segundo turnos. Por fim, discutimos as consequências da mobilização do discurso da ética do cuidado, indicando para uma tensão entre o perigo da essencialização pasteurizante e os potenciais do essencialismo estratégico.
Gênero; HGPE; Enquadramentos; Dilma Rousseff