O objetivo deste artigo é estudar os momentos de interrupções em trajetórias evangélicas no Brasil contemporâneo; ou seja, analisar os processos de suspensão, paragem, refluxo e (des)continuidade, ocorridos ao longo dos desdobramentos das vidas religiosas de pessoas convertidas ao pentecostalismo. Tendo como base teórico-metodológica a antropologia das emoções e das moralidades, o trabalho debruça-se sobre as biografias de três artistas brasileiras evangélicas. Entende-se, neste texto, que as interrupções são eventos propícios para a produção de dramas morais e emocionais, por meio de histórias que são contadas de distintas formas discursivas. Nesse sentido, o propósito é acompanhar de maneira pormenorizada as flutuações éticas e subjetivas frente às demandas mundanas e sagradas experimentadas por estas artistas, realçando suas ações para lidar com as incertezas e sofrimentos do cotidiano, através do manejo que fazem das palavras e do modo como narram seus períodos de instabilidade na fé.
Palavras-chave:
pentecostalismo; emoções; moralidades; conversão religiosa; narrativas; interrupções