Resumo
Neste artigo, buscamos compreender como dois países que passaram por regimes autoritários em momentos semelhantes e que vivenciaram oscilações nos seus desempenhos econômicos desenvolveram níveis de apoio consistentemente distintos à democracia. Nosso argumento é que os diferentes processos de transição para a democracia no Brasil e na Argentina produziram distintos arranjos institucionais em torno das políticas de reparação e memória sobre os regimes autoritários, além de distintas possibilidades de interferência política das Forças Armadas. Para isso, analisamos pesquisas de opinião e reconstruímos os processos de transição e de construção de políticas de reparação e memória. Desta forma, o artigo contribui com duas literaturas: a primeira trata dos fatores que podem interferir na adesão à democracia; a segunda aborda os processos de transição para a democracia e suas repercussões de longo prazo, como a recente influência dos militares na política brasileira.
Palavras-chave:
Democracia; políticas de memória; Argentina; Brasil