Resumo
Este artigo examina a coordenação multilateral nas Américas para lidar com a migração forçada de pessoas da Venezuela, que aumentou significativamente desde 2015. Através da análise de eventos-chave, como o Processo de Quito e a implementação do Título 42 pelos Estados Unidos, se revela um desalinhamento entre os discursos e as ações multilaterais no que diz respeito a este grupo de migrantes, cujas implicações se estendem a outros grupos, assim como um afastamento gradual de uma perspectiva baseada nos direitos humanos. Apesar dos esforços iniciais para adotar uma abordagem baseada nos direitos, esta abordagem está perdendo força e contrastando com as políticas dos governos nacionais que, por sua vez, estão mais orientadas para o reforço das medidas de controle e para a criminalização dos migrantes. No entanto, há sinais encorajadores de progresso em espaços de diálogo e encontro, como a recente Cúpula das Américas e o já referido Processo de Quito, onde a migração foi reconhecida como uma prioridade nas agendas de cooperação dos países do continente americano.
Palavras-chave:
migração forçada; governança; multilateralismo; América Latina; Venezuelanos