Este artigo analisa os eventos promovidos pelo Estado brasileiro para celebrar aquilo que, entre os anos de 1998 e 2000, foi por ele denominado de "500 anos de descobrimento do Brasil". A autora faz um mapeamento das ideologias afirmadas nessas atividades, revelando as imagens de nação decorrentes delas. Mostra, ainda, que essas atividades representam momentos críticos do processo de nation-building brasileiro. A partir da análise de documentos, discursos, exposições e eventos, a autora sugere que os rituais performatizados por ocasião dos festejos retomam a fábula das três raças e um certo ideal lusotropical, abrindo espaço para a reedição da idéia de democracia racial por parte do Estado.
Ritual; 500 anos do Brasil; Retóricas de integração nacional; Antropologia da política