Resumo
A África do Sul, aos 25 anos após apartheid, experimentou uma eleição presidencial com a maior taxa de abstenção e a menor votação do partido Congresso Nacional Africano - ANC de sua história. A agenda foi prioritariamente negativa: corrupção no governo federal, desemprego e violência urbana. Argumentamos que mágoa e rancor do apartheid permanecem entre os sul-africanos e sustentam a adesão ao ANC em eleições a despeito das insatisfações. Portanto, busca-se mensurar o impacto das avaliações das ações do presidente no combate ao desemprego, à corrupção e à violência urbana, e da rejeição ao apartheid na adesão ao ANC, ao longo do mandato e em eleição. Para isto, mobiliza-se a teoria do voto econômico e a discussão sobre memória racial, e ainda modelos de regressão logística binária. A adesão ao presidente constará de duas variáveis dependentes: aprovação presidencial no mandato e voto no ANC nas eleições. Os dados advêm do survey do Afrobarometer - 2018. Como achados, destaca-se que, com a mudança da variável dependente de aprovação presidencial em mandato para intenção de voto no ANC em eleição fictícia, houve perda do efeito da aprovação das ações do combate à corrupção e crescimento do impacto da rejeição do apartheid na variável resposta.
Palavras-chave:
África do Sul; Congresso Nacional Africano; Eleições; Relações Raciais; Voto Econômico