A governança corporativa tem sido vista cada vez mais como o conjunto de "ferramentas" que produzem a "financeirização" da economia e da sociedade. Analisando a sua difusão no Brasil, verificamos que o preço do seu espraiamento é uma espécie de "tropicalização" e reinterpretação do seu sentido, segundo as sensibilidades e os interesses dos diversos setores das elites brasileiras - da financeira à sindical - que concorrem para a sua instalação legal e organizacional. Dessa maneira, este artigo pretende mostrar algumas ambigüidades da "financeirização à brasileira" e também o papel da linguagem financeira na criação de um espaço para a convergência e o consenso parcial de nossas elites.
Sociologia econômica; Sociologia das finanças; Financeirização; Governança corporativa; Convergência das elites