Este texto discute um aspecto pouco estudado do atendimento médico, qual seja, o papel do pessoal não-médico em garantir as atividades necessárias à realização dos serviços profissionais. A confluência da interação social organizacional com os constrangimentos do processamento da informação cognitiva cria "ruído" em ambientes institucionalizados. Os limites da atenção e da memória sempre influenciam a capacidade de os participantes compreender a comunicação mútua. Abordo, portanto, o modo pelo qual os elementos do discurso organizacional e os artefatos locais, constrangidos pelos mecanismos cognitivos, ajudam a moldar a criação e o uso das representações individuais e coletivas.
Sobrecarga cognitiva; Poder discricionário; Artefatos locais