O artigo analisa, numa perspectiva comparativa, as similitudes e as diferenças entre os intelectuais "nova-iorquinos" nucleados pela Partisan Review e os "paulistas" da revista Clima. Herdeiros todos eles do legado modernista, familiarizados com o cosmopolitismo no plano da cultura, atentos à produção intelectual e artística local, ele marcaram a cena cultural paulista e nova-iorquina dos anos de 1940 e 1950. Os últimos renovaram a discussão sobre a relação entre modernismo nas artes e radicalismo na política. Como intelectuais e escritores, diferenciaram-se dos acadêmicos em sentido estrito. Como críticos e resenhistas, fizeram do ensaio o meio por excelência de expressão e encontraram nas revistas literárias e políticas de Nova York o seu fórum institucional. Parecidos e distintos dos "paulistas" de Clima, eles oferecem um bom contraponto para adensarmos a investigação da vida intelectual em São Paulo no período. Sobretudo, se ao lado da recuperação das especificidades das histórias culturais e intelectuais das cidades de Nova York e São Paulo, formos capazes de avançar na investigação de um conjunto de problemas sociológicos pertinentes para o aprofundamento da perspectiva comparativa.
Partisan Review e revista Clima; Nova York e São Paulo; Sociologia da vida intelectual; Cultura e política; Cidades