O artigo analisa o modo como os grupos de educação em saúde que congregam pessoas com diabetes promovem o empoderamento de seus membros, estimulando processos de reestruturação das relações mais tradicionais de assistência à saúde. A pesquisa que originou o texto apoia-se em metodologia qualitativa, envolvendo a etnografia dos “grupos de saúde” de uma associação de diabéticos no município de São Paulo e de um Centro de Saúde no município de Campinas (SP). Foram realizadas entrevistas com seus membros, sobretudo mulheres, com idades entre 53 e 87 anos e pertencentes às camadas populares, com o intuito de explorar características de sociabilidade desenvolvidas nesses grupos. Para tanto, considerou-se a amizade uma categoria relevante à compreensão do modo como se caracterizam as novas práticas de cuidado com a saúde, contrastando com relações mais tradicionais como as de caráter familiar. O quadro aponta a dinâmica de reencantamento das relações no espaço público, no contexto da modernidade reflexiva.
Empoderamento; Grupos de saúde; Amizade; Cuidado de si; Diabetes