Resumo
Devido à violência cometida durante a ditadura, o Estado chileno teve que criar medidas de reparação que ressarcissem a dignidade nacional e das vítimas. Nesse contexto, no âmbito da Justiça Transicional foram criados dispositivos político-jurídicos orientados a consolidar a memória social. O objetivo do presente trabalho é o de compreender como se constrói a memória nas políticas da reparação. Foi realizada uma análise de discurso das normas que regulam a reparação no Chile, a qual resultou em quatro repertórios interpretativos: repertório da reparação como verdade oficial; repertório instituições; repertório arquivo e; repertório comemoração. Conclui-se que essas políticas configuram a memória da ditadura no Chile como uma esteganografia em uma série de peças que vêm dosificadas pelas normas. Nesse sentido, a institucionalização da recordação tem definido quem, como, quando e onde recordar no Chile.
Palavras-chave:
Políticas de reparação; Memória social; Ditadura chilena; Esteganografia da memória