O artigo discute a eficácia simbólica da aparelhagem Tupinambá como agência, isto é, como objetificação de intenções, promotora de efeitos nas relações entre as pessoas profissionalmente vinculadas ao sistema sonoro. A noção de eficácia simbólica é tratada aqui como prática de ordenamento de emoções em busca de um efeito, mas relacionada especificamente com um contexto lúdico-festivo. Aparelhagens são empresas familiares de sonorização de festas dançantes típicas de Belém e região metropolitana. A pesquisa revela, na história de formação do Auto Som Tupinambá, a existência de vínculos entre práticas do mercado urbano de entretenimento e sentidos próprios a domínios sociais ligados ao ritual e à religião. A eficácia simbólica da aparelhagem, performática, se associa à identificação mágico-religiosa dos fundadores do empreendimento com a proteção do índio caboclo José Tupinambá, encantado da mina nagô paraense. A pesquisa de campo percorreu apresentações do Tupinambá em eventos festivos e produziu entrevistas com proprietários e trabalhadores da aparelhagem.
Aparelhagem sonora; Festa; Caboclo; Eficácia simbólica; Mina do Pará