A temática do acesso aos recursos hídricos conquistou grande abrangência científica e política no decorrer das últimas três décadas. A moderna experiência francesa tem se revelado como importante referência na institucionalização de novas práticas gestoras. No Brasil, esta experiência é a base não apenas da constituição dos novos aparatos gestores estaduais, mas também da própria formulação da Política Nacional de Recursos Hídricos. O objetivo deste artigo é apresentar uma interpretação sociológica sobre a construção do atual modelo francês de governança das águas. O autor busca reconstituir as disputas sociais mais relevantes envolvidas na tecnocracia de administração das águas no período de formulação do novo aparato gestor. Para tanto, será resgatada a trama sociopolítica que envolveu agentes, grupos e instituições sociais na definição do novo marco regulatório.
Sociedade e recursos hídricos; Burocracia e gestão ambiental; Regulação ambiental; Gestão de águas