Resumo
Este artigo se propõe a discutir como a brincadeira política pode ser lida como uma estratégia retórica, apresentada em defesa de posições reacionárias expressadas publicamente por atores políticos do campo conservador. O texto divide-se em três momentos: no primeiro deles, relativiza-se a posição de alguns autores, segundo a qual a brincadeira seria um repertório tipicamente empreendido por grupos reprimidos. A seguir, recupera-se o debate do campo de estudos críticos do humor, a respeito de piadas racistas e misóginas. Por fim, propõe-se a brincadeira como uma tese adicional às retóricas da intransigência, conforme formuladas por Hirschman.
Palavras-chave:
Brincadeira política; Humor e política; Retórica reacionária; Extrema-direita; Bolsonaro