Este trabalho apresenta um modelo teórico para o comportamento dos pais em relação à transferência de seu patrimônio rural para os filhos, levando em conta estratégias de consumo e investimento. Identificamos dois tipos de modelagem, incluindo ou não um comportamento estratégico na família. No primeiro modelo, assumimos que os filhos não se comportam estrategicamente em relação aos pais. Neste caso, mostramos que o filho com o maior retorno em capital humano é mais propenso a receber uma parcela maior da herança se a diferença nos retornos em capital humano entre os irmãos é grande. No segundo modelo, permitimos que cada filho influencie a escolha ótima de transferência de herança através do provimento de serviços aos pais. Ilustramos, através de uma simulação numérica, que é possível que o filho com maior comprometimento com relação à assistência aos pais receberá a maior parte da herança em um equilíbrio de Nash, mesmo que tenha um capital humano inferior. Concluímos, ilustrando o nosso modelo teórico através de uma análise empírica baseada em dados longitudinais coletados na Amazônia rural brasileira.
