Ácido salicílico induz aclimatação ao déficit hídrico em genótipos de Phaseolus lunatus

RESUMO

No Brasil, o feijão-fava é a segunda leguminosa mais significativa economicamente dentro do gênero Phaseolus. As alterações climáticas, especialmente a escassez de água, ameaçam a produção desta espécie. Neste contexto a aplicação de ácido salicílico mitigou os efeitos adversos do estresse. Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto do ácido salicílico na aclimatação à restrição hídrica em três genótipos de Phaseolus lunatus (‘Cara Larga’, ‘Cearense’ e ‘Orelha de Vó’). O delineamento inteiramente casualizado com fatorial triplo incluiu três genótipos de fava, dois pré-condicionamentos com ácido salicílico 1,0 mM e sem esse elicitor (0,0 mM) e três níveis de disponibilidade hídrica (75, 50 e 25%), totalizando 18 tratamentos com oito repetições. As respostas fisiológicas e bioquímicas foram avaliadas após 60 dias de tratamento. As respostas variaram entre os genótipos. ‘Cara Larga’ destacou-se nos parâmetros osmorregulatórios e antioxidantes em relação aos demais genótipos. Em contrapartida, ‘Cearense’ apresentou aumento apenas nas concentrações de carboidratos e carotenoides, enquanto ‘Orelha de Vó’ apresentou uso mais eficiente da água e maiores teores de prolina sob maior restrição hídrica, concomitantemente com declínio em outros parâmetros. No geral, o genótipo ‘Cara Larga’ parece ser o mais responsivo aos efeitos moduladores induzidos pela aplicação de ácido, especialmente sob restrição hídrica de 25%. A aplicação, a aplicação de ácido salicílico em condições de baixa disponibilidade hídrica pode ser uma estratégia para modular a síntese de respostas osmorreguladoras e antioxidantes em P. lunatus.

Palavras-chave:
Elicitor; Estresse oxidativo; Fava; Semiárido; Trocas gasosas