RESUMO
Historicamente e com o agravamento das mudanças climáticas, nas regiões áridas e semiáridas as secas são cada vez mais severas, limitando-se o uso da irrigação nas culturas. Como solução para essas regiões, as águas salobras têm sido utilizadas, mesmo sabendo-se dos graves riscos de salinização dos solos, bem como das perdas de produção e qualidade dos produtos colhidos. Assim, a adoção de tecnologias adequadas deve mitigar ou controlar os impactos causados pelo estresse salino. Portanto, no presente estudo foram realizados dois experimentos visando avaliar o cultivo da couve-flor com águas salobras usando o sistema hidropônico NFT (técnica do fluxo laminar de nutrientes) entre julho e outubro de 2019 (inverno-primavera) e outubro de 2019 e janeiro de 2020 (primavera-verão). As plantas foram submetidas a seis valores de CEa: 0,3 - controle (sem NaCl); 1,5; 2,5; 3,5; 4,5 e 5,5 dS m-1 (preparadas com NaCl), no delineamento em blocos casualizados com seis repetições. Na colheita das inflorescências foram encontradas reduções por dS m-1 de incremento na CEa de 7,22 e 6,41% para a área do limbo foliar nos experimentos de inverno-primavera e primavera-verão, respectivamente. As perdas de qualidade das inflorescências da couve-flor foram mais acentuadas no experimento da primavera-verão, variando de acordo com a CEa usada. Portanto, é possível o cultivo da couve-flor sob CEa de até 5,5 dS m-1; porém, nas estações mais quentes essas águas devem ser reservadas e usadas apenas para o preparo das soluções nutritivas ou para reposição do consumo hídrico das plantas.
Palavras-chave:
Brassica oleracea var. botrytis; rendimento da inflorescência; cultivo sem solo; estresse salino; recursos hídricos
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