RESUMO
O artigo inscreve-se nas disputas pela hegemonização de um sentido particular de escola pública democrática em tempos de coronavírus, nos quais o ensino remoto se tornou alternativa obrigatória para as políticas educacionais. Em diálogo com as contribuições teóricas pós-estruturalistas, o texto tem por objetivo analisar as disputas entre os processos de significação de termos como acesso universal, democracia, conhecimento escolar, relação com o saber e com a aprendizagem, mobilizados no Plano de Ação Pedagógico elaborado em 2020 pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. A análise desse documento curricular oferece evidências empíricas para a compreensão dos efeitos da intensificação, no contexto pandêmico atual, da articulação discursiva de interesses neoliberais que colocam a instituição escolar sob ameaça. Ao longo de nossa argumentação, buscamos explorar, para além da linguagem da denúncia, possibilidades de reinvenção para uma possível escola de depois.
PALAVRAS-CHAVE políticas educacionais; políticas de currículo; escola pública democrática; ensino remoto; contexto pandêmico