RESUMO
O objetivo deste artigo é problematizar a ideia de que o gosto pela literatura seria uma mera habilidade a ser desenvolvida na escola, independentemente dos condicionamentos sociais dos alunos. Além de discutir o papel da leitura subjetiva da literatura, analisaremos sete habilidades inscritas na Base Nacional Comum Curricular que tratam especificamente da apreciação da literatura. Em termos metodológicos, valer-nos-emos das ferramentas da Análise do Discurso, por concebermos o documento como uma enunciação composta tanto de sua materialidade verbal, quanto da conjuntura ideológica que a tornou um acontecimento. Embora o documento apresente avanços em relação à educação literária praticada nas escolas, o estudo aponta para um tratamento tecnicista da fruição, informado como está por pressupostos neoliberais articulados às prescrições educacionais.
PALAVRAS-CHAVE
fruição estética; formação de leitores; ensino de literatura; BNCC