RESUMO
A educação diferenciada, enquanto movimento político posto em curso por povos e comunidades tradicionais, visa à aquisição da cultura escolar e científica como instrumento para fortalecer o protagonismo étnico-político na luta por direitos. Com um olhar local — a região Transamazônica e Xingu —, abordamos construção social de demandas e propostas de educação diferenciada, pari passu com a trajetória de constituição e mudanças do grupo do movimento social da região, que tem constituído formas de ação coletiva e quadros institucionais representativos do campesinato. Nessa perspectiva, fazendo uso de aportes teórico-metodológicos bourdieusianos, o artigo traz ao debate a relação entre a educação efetivada por políticas de ações afirmativas e as finalidades sociais que ela vem ganhando sobretudo quanto à incorporação daquelas às estratégias de reprodução social do campesinato, ultrapassando o previsto nas políticas públicas.
Palavras-chave:
Educação Diferenciada; Campesinato; Ação Coletiva