Nesta pesquisa foi abordada a face ideológica do discurso de autoajuda na formação de um novo tipo de trabalhador, explicando o seu papel na construção da hegemonia. Estudamos os princípios desse discurso em três períodos: sua gênese, no século XIX, nas primeiras décadas do século XX e início do século XXI. Analisamos como os princípios de autoajuda foram reproduzidos no Relatório Delors e Faure. Com base em Gramsci e Fairclough, explicamos a autoajuda como um discurso ideológico presente nos relatorios da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Concluímos que a formação de um novo tipo de homem pelo discurso da autoajuda acontece fora, mas também dentro da escola. Ela contribui para a consolidação de novos padrões de sociabilidade burguesa em tempos de neoliberalismo. Capitalistas, ao longo dos séculos, têm usado a autoajuda para realizar a (con)formação de um novo tipo de força de trabalho.
trabalho e educação; autoajuda; hegemonia