A tentativa de aproximação entre literatura e educação está encontrando um número cada vez maior de adeptos. Isso parece indicar a emergência de um novo logos pedagógico que tenta, talvez, ultrapassar as fronteiras de reflexão impostas pelas "ciências da educação". Algumas dessas tentativas, no entanto, apresentam certas (e compreensíveis) limitações, como a ausência de uma "teoria da recepção" dos textos ficcionais, mas, em outros casos, demonstra a ambição de revolucionar o discurso pedagógico por intermédio da literatura, na qual a própria pedagogia se transforma em projeto de "estetização da existência". Tomando Philippe Meirieu e Jorge Larrosa como ilustrações das "limitações" e da "ambição revolucionária", respectivamente, o artigo procura mostrar como o romantismo e o nietzscheanismo tentam constituir um novo discurso que pretende, uma vez mais, nos salvar da "sociedade administrada".
literatura; educação; estetização da existência; Philippe Meirieu; Jorge Larrosa