O artigo busca, a partir dos resultados de uma pesquisa concluída que objetivou reconstruir o público leitor/ouvinte de folhetos de cordel no período de 1930 a 1950 em Pernambuco, identificar como se davam as formas de inserção de pessoas analfabetas ou pouco escolarizadas em culturas marcadas pela presença da escrita. As "cartas de ABC", os livros didáticos, as histórias em quadrinhos, os romances policiais e os almanaques compunham o universo de leituras da maior parte do público investigado. Alguns fatores parecem contribuir para que os sujeitos apresentem contatos diferenciados e utilizem de maneiras diversas os objetos que compõem o mundo da cultura escrita, destacando-se, entre eles, a experiência urbana, o pertencimento a um ou outro sexo, a ocupação profissional e o domínio das habilidades básicas de leitura.