Este artigo tem o objetivo de analisar a identidade social do magistério das séries iniciais do ensino fundamental, forjada em processos de socialização familiar, escolar e profissional. Através do recurso às histórias de vida de treze professoras, foi possível perceber que muitos são os significados atribuídos ao trabalho docente. Recorrendo ao aporte da sociologia de Pierre Bourdieu, o trabalho permitiu compreender a constituição de habitus para a docência, as estratégias desenvolvidas pelas professoras para a conquista de títulos escolares, os modos de entrada na profissão, o peso da formação prévia e continuada nas formas como as professoras vivem e representam o trabalho que realizam. Considerando que a representação social do magistério, no contexto de uma escola de massa, foi alterada, o estudo acabou por problematizar imagens de passividade, negligência e incompetência que têm sido atribuídas às professoras pelas burocracias educacionais e agências governamentais.