RESUMO
O artigo analisa as articulações entre a Igreja Católica, a Philips do Brasil e o governo brasileiro relacionadas à implantação de um sistema radioeducativo no país. Observamos as relações interinstitucionais ao longo da década de 1950, quando o enfrentamento ao analfabetismo se constituiu em política nacional. O exame das fontes privilegiou, além de documentos oficiais e outros escritos, o livro Educação fundamental pelo rádio, de João Ribas da Costa, professor, entusiasta da radioeducação e funcionário da Philips. Com base na ideia de estratégia, de Michel de Certeau, buscamos identificar os argumentos em defesa da implantação do Sistema Radioeducativo Nacional (SIRENA), compreender as noções do papel e da competência do Estado então veiculadas e destacar os distintos interesses que convergiam em um projeto comum. Finalmente, observamos as relações entre a constituição desse sistema e o estabelecimento do Movimento de Educação de Base (MEB), em 1961.
PALAVRAS-CHAVE:
educação radiofônica; Igreja Católica; Philips do Brasil; SIRENA; Movimento de Educação de Base