RESUMO:
Atender às necessidades linguísticas e de escolarização de crianças surdas impõe desafos às famílias e à escola. Assim sendo, este artigo está alicerçado nos estudos realizados em uma pesquisa de Mestrado em Educação, a qual teve por objetivo compreender como acontece a aprendizagem da língua de sinais por crianças surdas, desde os primeiros anos de vida, até a aquisição do português escrito nos anos iniciais da Educação Básica. A pesquisa caracteriza-se como qualitativa e para o seu desenvolvimento foram adotadas entrevistas narrativas com famílias de crianças surdas e professores atuantes com esses estudantes. As materialidades empíricas oriundas das entrevistas foram organizadas em agrupamentos temáticos e analisadas pela perspectiva da Análise do Discurso com base em Foucault. As narrativas dos familiares evidenciaram que as crianças surdas passam a ter acesso tardiamente à língua de sinais, somente quando frequentam a escola. Nesse espaço, os docentes seguem um currículo escolar homogêneo, com práticas escolares que são elaboradas de forma independente, sem articulação com os intérpretes ou os professores da Língua Brasileira de Sinais do Atendimento Educacional Especializado. O texto evidencia os desafos das famílias e dos docentes infuenciados pela falta de conhecimento da especificidade de comunicação de crianças surdas e da língua de sinais.
PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem da língua de sinais; Educação bilíngue; Surdez; Educação Especial; Inclusão