O objetivo deste trabalho foi identificar o número de crianças com epilepsia matriculadas em escolas públicas regulares e especiais de duas cidades brasileiras e verificar se variáveis associadas à epilepsia estão correlacionadas ao tipo de escola, que as crianças frequentavam. Participaram do estudo 56 crianças e adolescentes com idade entre 7 e 14 anos e utilizaram-se para a coleta de dados dois instrumentos: Formulário de identificação da criança e Classificação de Crises de Engel. Os dados obtidos foram analisados descritiva e comparativamente, utilizando-se o Software Minitab - Versão 12.1, por meio dos testes t de Student, Mann-Whitney, qui-quadrado, além de regressão logística. Os resultados indicaram que as crianças das escolas especiais quando comparadas às crianças das escolas regulares apresentavam gravidade da doença e frequência de crises mais elevadas, início mais precoce e duração da epilepsia mais longa, além de utilizarem maior número de medicamentos. Conclui-se que variáveis orgânicas da epilepsia podem interferir no processo de escolarização de crianças epilépticas. Entretanto, são necessários novos estudos visando investigar dificuldades que poderiam interferir no rendimento acadêmico causando alterações no aprendizado de crianças com epilepsia.
epilepsia; escolarização; educação especial; infância; adolescência