Acessibilidade / Reportar erro

Uso de expressões orais durante a implementação do recurso de comunicação suplementar e alternativa

The use of oral expressions during the implementation of augmentative and alternative communication resources

Resumos

A literatura tem discutido a importância da implementação precoce de sistemas de comunicação suplementar e alternativa em pessoas com deficiência. Esta discussão está vinculada à preocupação com a aquisição e desenvolvimento da linguagem e suas diferentes possibilidades expressivas. Os autores também alertam que a intervenção precoce por meio de recursos e estratégias utilizando a comunicação suplementar e alternativa não impossibilita a aquisição e desenvolvimento da fala. Este trabalho teve como objetivo descrever as habilidades expressivas orais durante a implementação do recurso de comunicação suplementar e alternativo em um aluno com paralisia cerebral. Um aluno com paralisia cerebral de 11 anos de idade participou de um programa na área de comunicação suplementar e alternativa durante dois anos. Foram selecionadas 12 sessões durante o primeiro ano de intervenção. As sessões foram filmadas e após a transcrição dos procedimentos envolvendo recursos de comunicação alternativa foram estabelecidas as categorias de análises: expressão verbal; não-verbal e expressão verbal concomitante a expressão não-verbal. Por meio dos resultados obtidos foi possível identificar que o recurso de comunicação suplementar e alternativo favoreceu o uso das formas de expressões verbais, como no caso das vocalizações, palavras e emissões orais ininteligíveis.

educação especial; sistemas de comunicação; habilidades comunicativas; inclusão; intervenção


The literature has discussed the importance of early implementation of augmentative and alternative systems with people with various disabilities. This discussion is related to concerns about language acquisition and development within the various expressive possibilities. Researchers advise that starting intervention early through resources and procedures using augmentative and alternative communication does not impede speech acquisition and development. This paper aimed to describe oral expressive abilities during the implementation of augmentative and alternative communication with a student with cerebral palsy. An 11-year-old student with cerebral palsy participated in the augmentative and alternative communication program for two years. Twelve sessions were selected during the first year of the intervention. The sessions were filmed and the augmentative and alternative communication resource procedures were transcribed. The categories of analysis were defined as verbal expression; nonverbal expression and verbal and nonverbal expression associated. The results of this study identified that augmentative and alternative communication resources supported the use of verbal expression such as vocalizations, words and unintelligible oral expressions.

Special Education; Communication Systems; Communication Abilities; Inclusion; Intervention


RELATO DE PESQUISA

Uso de expressões orais durante a implementação do recurso de comunicação suplementar e alternativa

The use of oral expressions during the implementation of augmentative and alternative communication resources

Débora Deliberato

Docente do Departamento de Educação Especial e do Programa de Pós-graduação em Educação, Unesp, Marília. delibera@marilia.unesp.br

RESUMO

A literatura tem discutido a importância da implementação precoce de sistemas de comunicação suplementar e alternativa em pessoas com deficiência. Esta discussão está vinculada à preocupação com a aquisição e desenvolvimento da linguagem e suas diferentes possibilidades expressivas. Os autores também alertam que a intervenção precoce por meio de recursos e estratégias utilizando a comunicação suplementar e alternativa não impossibilita a aquisição e desenvolvimento da fala. Este trabalho teve como objetivo descrever as habilidades expressivas orais durante a implementação do recurso de comunicação suplementar e alternativo em um aluno com paralisia cerebral. Um aluno com paralisia cerebral de 11 anos de idade participou de um programa na área de comunicação suplementar e alternativa durante dois anos. Foram selecionadas 12 sessões durante o primeiro ano de intervenção. As sessões foram filmadas e após a transcrição dos procedimentos envolvendo recursos de comunicação alternativa foram estabelecidas as categorias de análises: expressão verbal; não-verbal e expressão verbal concomitante a expressão não-verbal. Por meio dos resultados obtidos foi possível identificar que o recurso de comunicação suplementar e alternativo favoreceu o uso das formas de expressões verbais, como no caso das vocalizações, palavras e emissões orais ininteligíveis.

Palavras-chave: educação especial; sistemas de comunicação; habilidades comunicativas; inclusão; intervenção.

ABSTRACT

The literature has discussed the importance of early implementation of augmentative and alternative systems with people with various disabilities. This discussion is related to concerns about language acquisition and development within the various expressive possibilities. Researchers advise that starting intervention early through resources and procedures using augmentative and alternative communication does not impede speech acquisition and development. This paper aimed to describe oral expressive abilities during the implementation of augmentative and alternative communication with a student with cerebral palsy. An 11-year-old student with cerebral palsy participated in the augmentative and alternative communication program for two years. Twelve sessions were selected during the first year of the intervention. The sessions were filmed and the augmentative and alternative communication resource procedures were transcribed. The categories of analysis were defined as verbal expression; nonverbal expression and verbal and nonverbal expression associated. The results of this study identified that augmentative and alternative communication resources supported the use of verbal expression such as vocalizations, words and unintelligible oral expressions.

Keywords: Special Education; Communication Systems; Communication Abilities; Inclusion; Intervention.

Von Tetzchner e Martinsen (2000) discutiram que as crianças com distúrbios de linguagem e de comunicação e as crianças com necessidades complexas de expressão podem perder oportunidades no processo de aprendizagem natural. Neste sentido, há necessidade de instrumentalizar estas crianças não só para a comunicação, mas para viabilizar a construção da linguagem (DELIBERATO, 2007; DELIBERATO; MANZINI, 2006; MANZINI; DELIBERATO, 2004, 2007).

A literatura tem descrito uma diversidade de manifestações linguísticas e paralinguísticas da criança com paralisia cerebral. Desde ausência de intenção comunicativa até grandes dificuldades na expressão oral devido a alterações orais importantes, que impeçam a articulação de sons, palavras e frases. No que se referem aos desvios da linguagem, dificuldades podem ser percebidas nos sistemas fonológico, semântico, sintático e até mesmo pragmático, com diferentes manifestações: trocas, omissões, substituições e distorções de fonemas, emissão de finais de palavras; frases com inversão na ordem de seus elementos ou ausência de alguns dos mesmos, desprovidos de significação (LAMÔNICA, 2003; LIMONGI, 1995, 2000).

Embora a fala possa estar ausente, a criança com paralisia cerebral pode manifestar suas intenções, sentimentos e necessidades por meio dos gestos, expressões faciais e vocalizações (LIMONGI, 1995; SAMESHIMA, 2006). Deliberato (2007) e Deliberato e Manzini (2006) discutiram a importância do uso dos recursos de comunicação suplementar e alternativa para os alunos com paralisia cerebral sem oralidade tanto em situações terapêuticas quanto nos ambientes naturais, como no caso da escola e nas situações familiares (DELIBERATO; LOPES, 2007; DELIBERATO et al., 2007).

Nunes (2001, 2003a) também pontuou que cerca de 65% dos indivíduos com paralisia cerebral pode apresentar alguma dificuldade na comunicação. Desde cedo, a criança com deficiência responde pouco aos estímulos do meio, e a mãe, na maioria das vezes, pode criar uma situação de comunicação em que ela toma todo o espaço que deveria ser dividido com a fala da criança. Neste contexto, a criança emite indícios de comunicação que acabam não sendo percebidos pelos interlocutores na rotina das atividades.

Os pesquisadores também alertaram que o uso dos sistemas de comunicação suplementar e alternativa não impossibilita a fala, uma vez que o trabalho realizado com as crianças com deficiência sem a oralidade deve estar direcionado para a construção da linguagem (DELIBERATO, 2005, 2007; BEUKELMAN; MIRANDA, 2005; MANZINI; DELIBERATO, 2004, 2007). Neste caso, as funções da fala podem ser substituídas ou suplementadas/ampliadas por outras formas de comunicação.

As denominações comunicação alternativa e comunicação ampliada ou suplementar vêm de encontro com uma forma de comunicação diferente da tradicional (linguagem oral ou escrita), pois faz uso de símbolos pictográficos, ideográficos e arbitrários (NUNES, 2003 a; DOWNING, 2005).

Segundo Moreira e Chun (1996), a comunicação alternativa e suplementar pode ser utilizada como um meio temporário ou permanente de comunicação e como um meio que pode auxiliar no desenvolvimento de conceitos, habilidades, leitura-escrita e estrutura linguísticas.

É importante ressaltar que a comunicação suplementar e alternativa não tem como objetivo substituir a linguagem oral, mas constituí-se em um instrumento para atingi-la.

Perante esta discussão o objetivo deste trabalho foi descrever as habilidades expressivas orais durante a implementação do recurso de comunicação de um aluno com paralisia cerebral.

2 MATERIAL E MÉTODO

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de Ética de uma Universidade Pública do interior do Estado de São Paulo, Processo: 1882/2003, e fez parte de um projeto a respeito de habilidades comunicativas de um aluno com paralisia cerebral durante o uso de recursos de comunicação suplementar e alternativa.

Foi selecionado como participante da pesquisa um aluno com 11 anos de idade com paralisa cerebral do tipo espástica, com necessidade complexa de comunicação e padrões de normalidade adequados para as acuidades visual e auditiva (TELFORD, 1988; RUSSO; SANTOS, 1993). O aluno frequentava classe especializada para deficientes físicos de uma cidade do interior de São Paulo e realizou atendimento fonoaudiológico para a reabilitação da comunicação oral até os dez anos. Iniciou acompanhamento no setor de comunicação alternativa de uma universidade pública do interior de São Paulo. Segundo as informações do prontuário, o aluno comunicava-se por meio do olhar, movimento de cabeça e sobrancelhas, gestos indicativos, expressões faciais e vocalizações com articulação mais precisa para a palavra "não". Embora frequentasse a escola, classe especializada, o aluno somente reconhecia as vogais: "a" e "o".

Após o processo de avaliação, foi selecionado o sistema Picture Communication Symbols (JOHNSON, 1994) para ser introduzido durante o processo de reabilitação da comunicação nas situações terapêuticas e naturais, como no caso da escola e família.

Os dados da pesquisa foram coletados em um laboratório de educação especial de uma universidade pública do interior de São Paulo durante os atendimentos de fonoaudiologia, direcionado com recursos e procedimentos na área de comunicação suplementar e alternativa duas vezes por semana com uma hora de duração.

Durante as atividades realizadas foram utilizados filmadora Sony, figuras do Sistema Picture Communication Symbols, fotos, jogos e materiais pedagógicos para os atendimentos individuais, livros de histórias e o protocolo de registro das gravações das fitas de vídeo.

2.1 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE INFORMAÇÕES

Como descrito anteriormente, o participante desse estudo passou a ser acompanhado no setor de comunicação alternativa aos 11 anos, recebendo assistência fonoaudiológica duas vezes por semana durante uma hora. Os atendimentos foram filmados durante dois anos consecutivos, desde o processo inicial de seleção e implementação de recursos suplementares e alternativos de comunicação.

Na presente pesquisa, foi realizada uma seleção das sessões durante um ano após a implementação da pasta de comunicação suplementar e alternativa. Os atendimentos selecionados foram os que o aluno utilizou a pasta de comunicação suplementar e alternativa nos processos de interação.

Para a seleção dos procedimentos envolvendo a pasta de comunicação nas situações comunicativas foram feitas as seguintes etapas:

1. Back up das fitas 8 mm em fitas VHS.

2. Todas as fitas em VHS, durante o primeiro ano de implementação do sistema de comunicação suplementar e alternativa, foram assistidas. As atividades foram descritas em um protocolo elaborado para este fim. No protocolo, foram registradas as atividades, os interlocutores e o tempo utilizado nos procedimentos realizados nas sessões, ou seja, cada atendimento foi descrito em protocolos separados.

3. A partir das informações dos protocolos, foram selecionadas as fitas que tinham atividades envolvendo a pasta de comunicação com o tempo igual ou maior que 15 minutos.

4. Além do critério de tempo de utilização do recurso de comunicação suplementar e alternativo nas atividades, foram, também, selecionados os procedimentos envolvendo a pasta de comunicação suplementar e alternativa com intervalo de pelo menos de 20 dias.

Logo, os procedimentos selecionados estavam em uma progressão temporal, ou seja, foi selecionado um procedimento da sessão de terapia fonoaudiológica em cada mês durante o primeiro ano de intervenção, com a utilização da pasta de comunicação suplementar e alternativa. Foi selecionado um procedimento em cada mês, totalizando uma análise de 12 atividades envolvendo os recursos suplementares e alternativos de comunicação.

A seguir está descrito, no Quadro 1, o tempo utilizado na atividade com a pasta de comunicação em cada sessão selecionada, assim como os interlocutores participantes e a atividade realizada durante o uso da pasta pelo aluno. Foram utilizadas as seguintes abreviaturas: A = aluno; T1 = terapeuta fonoaudióloga; T2 = terapeuta psicólogo; T3 = terapeuta de fisioterapia; E1 e E2 = estagiários do curso de Pedagogia; M = mãe; P = pai.


Por meio do Quadro 1 foi possível identificar os seguintes interlocutores: T1 foi a terapeuta da área de fonoaudiologia, T2 terapeuta da área de psicologia, E1 e E2 alunos estagiários do curso de Pedagogia e M a mãe do aluno com deficiência sem oralidade.

O recurso de comunicação suplementar e alternativo utilizado pelo aluno selecionado foram duas pastas confeccionadas com papel cartão preto. A primeira foi dividida em três partes para facilitar o acesso motor, visual e para a organização de frases simples. Em virtude do aumento do vocabulário na pasta, foi necessária a reorganização do material por campo semântico. A figura a seguir ilustra os recursos utilizados pelo aluno durante as atividades:


As figuras, fotos foram sendo inseridas na pasta por meio do relato das informações dos pais e, também frente à necessidade do conteúdo escolar e demais conteúdos desenvolvidos no processo de intervenção.

Para a análise das situações envolvendo o recurso de comunicação, como já citado anteriormente, foram selecionados os 15 minutos iniciais da atividade realizada.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após a seleção dos 12 procedimentos, as fitas foram transcritas na íntegra. Com as transcrições dos 12 procedimentos foi possível identificar três categorias relacionadas aos aspectos expressivos durante a utilização do recurso de comunicação suplementar e alternativa. Estas categorias foram: expressão não-verbal, expressão verbal e a expressão verbal e não-verbal concomitante.

O Gráfico 1 descreve a frequência de utilização das três categorias durante os 12 procedimentos selecionados:


Para este trabalho foram definidas as categorias:

Expressão não-verbal toda situação com intenção comunicativa expressa por meio de gestos representativos, indicativos, expressões faciais, movimento de cabeça.

Expressão verbal toda situação com intenção comunicativa expressa pelo aluno por meio de vocalizações, palavras e frases.

Expressão verbal e não-verbal: toda situação com intenção comunicativa expressa pelo aluno por meio de gestos representativos, indicativos, expressões faciais, movimento de cabeça associados às vocalizações, palavras e frases.

Por meio destes resultados foi possível observar que a expressão não-verbal foi a habilidade expressiva mais utilizada pelo aluno, com 57%. Em seguida, com 36% foi possível identificar o uso concomitante das expressões não-verbal e verbal, ou seja, durante os procedimentos o aluno utilizou gestos e expressões verbais com intenção comunicativa. Com menor frequência está a expressão verbal, correspondendo a 7%.

A literatura relatou que uma parcela significativa dos indivíduos acometidos pela paralisia cerebral tem necessidades complexas de comunicação e, com isto, desenvolvem diferentes possibilidades expressivas além da fala para a interação com os diferentes interlocutores, como no caso de uso de gestos, expressões faciais e o uso de fotos, figuras e demais recursos de comunicação suplementar e alternativa (NUNES, 2003a, 2003b).

Por meio destes resultados, foi possível observar que a comunicação não-verbal foi a modalidade de expressão utilizada com maior frequência. Neste contexto, foi identificado o uso de movimentos de cabeças, movimentos oculares, expressões faciais, gestos com as mãos e movimentos combinados para fazer-se entender pelo seu interlocutor (DELIBERATO; MANZINI; ALVES, 2003).

Nunes (2003a; 2003b) discutiu que no contexto da comunicação ampliada (suplementar) e alternativa a multimodalidade é uma característica marcante, uma vez que os usuários dos recursos podem utilizar combinações de modalidades exibidas simultaneamente ou sequencialmente. O padrão comunicativo de quem utiliza a comunicação alternativa ampliada (suplementar) inclui sistemas gráficos (símbolos), gestos, expressões faciais e vocalizações. Mesmo que o aluno aprenda o uso de recursos de comunicação com símbolos gráficos, as modalidades de expressão efetivas já existentes permanecem e ampliam.

Como o objetivo deste trabalho foi descrever as habilidades expressivas verbais durante a implementação do recurso de comunicação suplementar e alternativa, serão apresentados os resultados das manifestações de expressões que envolvam o verbal: expressões verbais e as expressões verbais utilizadas concomitantes com as não-verbais.

Para a análise das expressões verbais do aluno foram consideradas as seguintes categorias de emissões verbais:

Vocalizações: foram consideradas as emissões de vogais que foram compreendidas pelo interlocutor no contexto situacional, principalmente quando o aluno utilizava a variação de entonação de voz.

Palavras: foram consideradas palavras todas as emissões que o aluno utilizou corretamente ou com alterações articulatórias, mas que eram compreendidas pelo interlocutor no contexto, como no caso de omissões de fonemas ou de sílabas.

Frases: foram consideradas frases todas as emissões que o aluno utilizou corretamente ou com alterações fonológicas, sintáticas, mas que podiam ser compreendidas pelo interlocutor no contexto.

Expressões verbais não entendidas: foram consideradas as tentativas de uso de vocalização e/ou palavras não compreendidas pelo interlocutor, mesmo em um determinado contexto trabalhado.

No Gráfico 2, é possível observar a frequência de uso entre as expressões verbais e expressões verbais concomitantes as expressões não-verbais durante os 12 procedimentos selecionados:


É possível observar no Gráfico 2 que o aluno apresentou 16% de expressão verbal e, quando esta expressão esteve associada com a expressão não-verbal a frequência de utilização foi de 84%.

Como a fala é uma atividade complexa e os órgãos envolvidos na sua produção têm como função primária viabilizar a respiração e a alimentação, um bom padrão de fala acaba sendo baseado na alimentação e respiração adequada, que nem sempre estão presentes nos indivíduos com paralisia cerebral (LACERDA, 1993).

Além disso, a persistência de reflexos primitivos na área dos órgãos fonoarticulatórios, dificultando o controle da sialorréia, a capacidade sucção, mastigação e deglutição, alterações neuromusculares que resultam em quadros disártricos ou de apraxia, alterações da morfogênese da arcada dentária e na voz, são alguns dos fatores que dificultam ou até impedem a fala da pessoa com paralisia cerebral (TABITH, 1995).

O Quadro 2 apresenta os exemplos de categorias de expressões verbais e, o Quadro 3, os exemplos das categorias das expressões verbais associadas às expressões não-verbais utilizadas durante o manuseio da pasta de comunicação suplementar e alternativa.



Durante os procedimentos selecionados para esta pesquisa, os interlocutores atuantes nas atividades foram: aluno com paralisia cerebral (A); dois terapeutas da área da linguagem (T1 e T2), dois estagiários do curso da Pedagogia (E1 e E2), a mãe (M) e o pai (P) do aluno selecionado. Também foram consideradas as variações de entonações utilizadas pelo aluno por meio de uma seta ().

Os exemplos apresentados expressaram negação ou afirmação; a opinião do aluno após ter sido realizada uma afirmação pelo interlocutor, da qual o aluno discorda; expressão de desconforto ou nome de pessoas. Quando a palavra foi composta por mais de uma sílaba, foi possível observar que o aluno omitiu o fonema inicial ou a sílaba inicial, como por exemplo, "ais" para "mais"; "ce", para "você"; "ubão" para "Rubão"; "ai" representando a palavra "pai"; "ãe" para mãe. O aluno também emitiu: "aao" para "macaco" e "ôus" para "ônibus".

As vocalizações e as palavras foram as expressões com maior facilidade e de maior frequência de uso durante as interações estabelecidas.

No gráfico 3 é possível observar a frequência de uso das categorias de emissões verbais, ou seja, o aluno utilizou 63% de palavras, 33% de vocalizações e somente 4% de emissões não entendidas. Provavelmente, a emissão das palavras foi utilizada em maior frequência em função do vocabulário acessado pelo aluno, como no caso de falar a respeito de sua família (OLSSON, 2004). Convém ressaltar que a maioria destas emissões de palavras foi realizada com omissões de fonemas e/ou sílabas, como já foi citado anteriormente.


Zangari (1994) realizou um estudo com o objetivo de verificar mudanças nas vocalizações de crianças com severos comprometimentos de comunicação e que eram usuárias de sistemas suplementares e alternativos de comunicação. Por meio das filmagens de sessões de intervenções realizadas durante um ano com quatro crianças com idade variando entre três e seis anos, usando o sistema de comunicação suplementar e alternativa, a autora notou que houve aumento na vocalização e na quantidade de fonemas produzidos.

A autora discutiu que alguns sujeitos melhoraram a articulação das palavras e palavras aproximadas durante o processo de intervenção e apenas um sujeito aumentou a quantidade de vocalizações, ou seja, a quantidade de vocalização declinou e as palavras e palavras aproximadas aumentaram. Além destes resultados, a autora identificou que algumas crianças expandiram seu repertório fonêmico, adquirindo novas sílabas.

Como o foco desta pesquisa está direcionado às expressões verbais de um aluno com paralisia cerebral durante a implementação do tabuleiro, a seguir constam os gráficos com cada uma das categorias em cada um dos doze procedimentos.

O Gráfico 4 permite visualizar as ocorrências das emissões orais durante os 12 procedimentos realizados com o aluno.


Como foi possível observar, houve procedimentos em que o aluno se expressou com maior frequência verbalmente do que em outros. Nos procedimentos 1, 3, 4 e 7, registraram-se maiores ocorrências de palavras, vocalizações e emissões não entendidas, em contrapartida com os procedimentos 5, 11 e 12 o aluno diminuiu o uso da expressão verbal.

O aumento ou diminuição das vocalizações pode estar relacionado aos seguintes fatores: 1) parceiro comunicativo; 2) conhecido ou não pelo aluno; 3) conteúdo do tema, e 4) atividade realizada entre outros fatores (ALVES, 2006).

Von Tetzchner e Martinsen (2000) e Reichle, Beukelman e Light (2002) citaram que a experiência tem indicado que para os usuários de comunicação alternativa é interessante, durante as situações de intervenção, serem abordados temas de conversas relacionadas a experiências comuns ou de pessoas conhecidas. Sugeriram a utilização de um álbum de fotografias tiradas em situações ou atividades vividas em comum para incentivar a manutenção de uma conversa. Mas, é importante ressaltar que o interlocutor deve estar atento para não fazer sozinho os comentários e esperar apenas do usuário a indicação de figuras, este deve ser incentivado a se expressar.

O Gráfico 5 apresenta a quantidade de vocalizações em cada um dos procedimentos.


Observando o Gráfico 5 é possível notar que nos procedimentos 1 e 8, o aluno utilizou mais emissões vocais, logo em seguida encontram-se os procedimentos 2 e 7, já nos procedimentos 5, 11 e 12, o aluno diminuiu a vocalização.

Limongi (2003) ressaltou o fato de o terapeuta estar atento não só para as manifestações da criança, mas também para a pessoa cuidadora, a situação como um todo, pois qualquer manifestação pode ser considerada como resposta às solicitações feitas à criança. Assim, as manifestações a serem observadas poderão ser motoras (mudança no tônus ou movimentos), sonoras (resmungo, suspiro, aspiração, choro, riso e vocalizações) ou faciais (expressões faciais) (expressões, olhar).

Por meio de manifestações observadas, o terapeuta tentará entendê-las e atribuí-lhes significado, de tal modo que "a própria criança se torne consciente da sua forma de comunicação" (LIMONGI, 2003, p. 87). Neste contexto de discussão, seria importante alertar aos terapeutas o papel da família, no sentido de estarem atentos na observação e compreensão das manifestações expressivas da criança em diferentes ambientes.

Por meio do Gráfico 5 também é possível identificar que, nos procedimentos 1, 3 e 7, o aluno emitiu maior quantidade de palavras. Analisando tais procedimentos, foi observado que estavam presentes no mínimo dois parceiros comunicativos, ou seja, em alguns atendimentos estavam presentes um ou dois terapeutas, uma estagiária e um membro da família do aluno.

Knapp e Hall (1999) discutiram que o ambiente pode determinar e influenciar o comportamento das pessoas com outros parceiros de comunicação. Estas pessoas podem ser consideradas como participantes ativos ou passivos, conforme seu envolvimento na conversa (falando ou escutando).

No momento em que uma pessoa considera outra como componente ativo do ambiente a comunicação pode ser facilitada ou inibida, além disso, as presenças de outras pessoas podem propiciar motivação para "parecer bem" no que se diz ou se faz o que pode prejudicar ou beneficiar quem está expressando. No caso do sujeito desta pesquisa, as presenças de outras pessoas durante os procedimentos contribuíram para o aumento das possibilidades expressivas.

As emissões não entendidas foram verificadas apenas nos procedimentos 3 e 12, tal fato a considerar que o aluno conseguiu se expressar verbalmente de maneira clara, tendo em vista que, os parceiros comunicativos conseguiram atribuir significado a quase todas manifestações verbais do aluno durante as diversas situações de interação (FERM; AHLSÉN; BJORCK-AKESSON, 2005).

A expressão verbal associada à expressão não-verbal é significativamente mais presente durante os momentos de interação, como observado no Gráfico 2, pois corresponde a 84%. A seguir, foram descritas as categorias de emissões não-verbais, consideradas concomitantes as emissões verbais durante os doze procedimentos selecionados:

Gesto com as mãos: todos os movimentos usados pelo aluno, envolvendo as mãos que resultassem com significado comunicativo para o interlocutor no momento da interação. Dentre os gestos com as mãos se destacam: gesto indicativo, gesto representativo e gesto simbólico.

Movimento com cabeça: todo movimento com a cabeça que resultasse em algum significado comunicativo para o interlocutor no momento da interação, como, por exemplo, movimento de cabeça envolvendo negação, afirmação e direção para os lados com intenção comunicativa.

Expressão facial: movimentos com a face e/ou com os olhos que resultassem significados para o interlocutor no momento da interação. O movimento ocular faz parte da expressão facial, mas neste trabalho mereceu destaque, pois ocupa um lugar importante no rol das possibilidades comunicativas do aluno selecionado. Foram estabelecidas as seguintes subcategorias: movimento ocular: todo movimento de direção do olhar, piscar e movimentos de sobrancelhas, movimentos esses que resultassem em algum significado para o interlocutor no momento da interação.

Movimentos combinados: foram consideradas as situações em que o sujeito utilizou de dois recursos comunicativos não-verbais diferentes ou da mesma categoria ao mesmo tempo em que resultassem significados para o interlocutor no momento da interação.

O Gráfico 6 apresenta a frequência das expressões verbais associadas às diferentes subcategorias das expressões não-verbais.


Por meio do Gráfico 6 é possível identificar que as vocalizações estiveram mais frequentes, já que representam 53%, a seguir estiveram presentes as palavras com 42% e, por último, as emissões não entendidas com 5%. Segundo Knapp e Hall (1999), os gestos podem auxiliar a comunicação de diferentes formas: quando não se quer ou não se podem falar os gestos permitem entrar como substitutivos da fala; os gestos podem regular o fluxo de interação entre os interlocutores; os gestos podem estabelecer e manter a atenção e, ainda, os autores discutiram que a fala pode ser enfatizada e/ou apoiada com os gestos, facilitando a memorização do conteúdo.

Os autores ainda enfatizaram que:

[...] Costumamos usar mais gestos quando conhecemos o assunto que está sendo discutido, estamos altamente motivados para fazer os ouvintes compreender nossa mensagem, tentando dominar uma conversação, e excitados e entusiasmados com o tema em discussão. A ausência de gestos torna, mais difícil a compreensão de nossa fala pelo ouvinte (KNAPP; HALL, 1999, p. 220).

O Gráfico 7 apresenta a quantidade de uso expressão verbal associada à expressão não-verbal durante os doze procedimentos.


O Gráfico 7 indica que durante todos os procedimentos estiveram presentes tanto expressão verbal quanto a expressão não-verbal associada à expressão verbal, a diferença é que a combinação da expressão verbal com a expressão não-verbal foi a modalidade mais utilizada durante os atendimentos.

Por meio destes resultados foi possível identificar a importância das habilidades não-verbais para as expressões verbais para o aluno selecionado para viabilizar a efetividade das intenções comunicativas com os diferentes interlocutores.

Smith e Ryndak (1999) e Soto (1997) chamaram a atenção para o fato de que quando o aluno e o terapeuta já dominam o uso do sistema de comunicação suplementar e alternativo, a interação do usuário com outras pessoas deve ser incentivada, ampliando desta forma o número de parceiros de comunicação. É possível acrescentar ainda que, com o decorrer do tempo, esses parceiros de comunicação também serão capazes de perceber as outras modalidades de comunicação apresentadas pelo aluno, que nem sempre são percebidas e compreendidas por seus interlocutores de maneira clara, como no caso das emissões verbais e das emissões não-verbais.

4 CONCLUSÕES

Por meio do sistema de análise realizado foi possível chegar a um conjunto de afirmações conclusivas sobre o participante e sobre o contexto de coleta de dados da pesquisa:

1. Expressão verbal foi a modalidade menos utilizada pelo aluno nas situações de tabuleiro;

2. Foi verificado aumento da utilização da expressão verbal quando utilizada com os recursos de expressão não-verbais; maior frequência de utilização expressão verbal foi nos procedimentos 1, 3, 4 e 7 quando foi possível identificar o registro de maior quantidades de palavras, vocalizações e emissões não entendidas.

3. Nos procedimentos 1, 3 e 7, o aluno emitiu maior quantidade de palavras, de 5 a 7 emissões e, nestes procedimentos, estavam presentes, no mínimo, dois parceiros comunicativos com o aluno, ou seja, a presença de outras pessoas durante os procedimentos contribuiu para o aumento das possibilidades comunicativas.

4. Nos procedimentos 1 e 8, o aluno utilizou emissões vocais em maior frequência.

5. As emissões não entendidas foram verificadas apenas nos procedimentos 3 e 12, tal fato nos leva a considerar que o aluno conseguiu se expressar verbalmente de maneira clara para seus parceiros comunicativos.

6. Quando o aluno utilizou somente a expressão verbal houve maior ocorrência de palavras e, geralmente, o conteúdo estava direcionado aos aspectos familiares.

7. Quando o aluno utilizou a expressão verbal associada à expressão não-verbal, as vocalizações foram mais presentes, seguida pela emissão de palavras.

8. A associação da expressão verbal com a expressão não-verbal foi a modalidade mais utilizada durante os procedimentos. Tal fato nos faz perceber o quanto esse aluno depende da comunicação não-verbal para se comunicar.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio desse trabalho, foi possível identificar que o aluno com deficiência sem a oralidade apresentou ampliação das habilidades expressivas sem prejuízo do uso da fala. Seria importante reforçar aos profissionais da saúde e educação a necessidade da implementação precoce dos sistemas de comunicação suplementar e alternativa não só para as habilidades expressivas, mas para investir na construção da linguagem.

Recebido em: 01/12/2008

Reformulado em: 30/07/2009

Aprovado em: 05/10/2009

  • ALVES, V. A Análise das modalidades expressivas de um aluno não falante frente a diferentes interlocutores durante a situação de jogo 2006. 169 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2006.
  • BEUKELMAN, D. R.; MIRANDA, P. Augmentative and alternative communication: supporting children and adults with complex communication needs (3rd ed.). Baltimore, MD: Paul H. Brookes, 2005.
  • DELIBERATO, D. Acessibilidade comunicativa no contexto acadêmico. In: Inclusão do aluno com deficiência na escola: os desafios continuam. MANZINI, E. J. (Org.). Marília: ABPEE/FAPESP, 2007. p.25-36.
  • DELIBERATO, D. et al. Comunicação alternativa: recursos e procedimentos utilizados nos projetos temáticos de classes especiais. In: Um retrato da comunicação alternativa no Brasil: relatos de pesquisa e experiências. NUNES, L.R.O.P; PELOSI, M.B.; GOMES, M.R.. (Org.). Rio de Janeiro: 4 Pontos Estúdio Gráfico e Papéis, 2007. vol.II. p.61-64.
  • DELIBERATO, D. Speech and language therapy in the school: resources and procedures for augmentative and alternative communication. In: von Tetzchner, S.; GONÇALVES, M. J. (Ed.). Theoretical and Methodological Issues in Research on Augmentative and Alternative Communication. Canadá: ISAAC, 2005. p. 116-125.
  • DELIBERATO, D. ; LOPES, M. A C. Análise da fala de famílias de alunos deficientes não-falantes a respeito da comunicação de seus filhos em ambientes naturais. In: Revista de extensão e pesquisa em educação e saúde, 2007. n. 3, p.1-17.
  • DELIBERATO, D.; MANZINI, E. J. Fundamentos introdutórios em comunicação suplementar e/ou alternativa. In: GENARO, K. F.; LAMÔNICA, D. A. C.; BEVILACQUA, M. C. (Org.). O Processo de Comunicação: contribuição para a formação de professores na inclusão de indivíduos com necessidades educacionais especiais. São José dos Campos: Pulso, 2006. p. 243-254.
  • ALVES, V. A., DELIBERATO, D.; MANZINI, E. J. Análise da comunicação não verbal utilizada por um aluno com paralisia cerebral durante a utilização do tabuleiro de comunicação Picture Communication Symbols (PCS). Marília, 2003 (mimeo). (Relatório de pesquisa de iniciação científica apresentado ao PIBIC/CNPq).
  • DOWNING, J. Teaching communication skills to students with severe disabilities (2nd ed.). Baltimore, MD: Paul H. Brookes Publishing Co., 2005.
  • FERM, U.; AHLSÉN, E.; BJORCK-AKESSON, E. Conversational topics between a child with complex communication needs and her caregiver at mealtime. Augmentative and Alternative Communication, Washington, v.20, n.1, p.19-40, 2005.
  • JOHNSON, R. M. Boardmaker: The PCS libraries on disk. Solana Beach: Mayer-Johnson Co, 1994.
  • KNAPP, M. L.; HALL, J. A. Comunicação não-verbal na interação humana. São Paulo: JSN Editora, 1999, 492p.
  • LACERDA, E. T. de. Reflexões sobre terapia fonoaudiológica da criança paralítico-cerebral São Paulo: Memnon, 1993.
  • LAMÔNICA, D. A. C. et al. Avaliação dos aspectos semânticos da linguagem de paralíticos cerebrais. Revista Salusvita, v. 22, n. 2, p. 229-237, 2003.
  • LIMONGI, S. C.O. Paralisia cerebral: linguagem e cognição. Carapicuíba: Pró-fono, 1995.
  • ______.A Construção da linguagem na criança paralítica cerebral. In: Paralisia cerebral: processo terapêutico em linguagem e cognição: (pontos de vista e abrangência). São Paulo: Pró-Fono, p. 119-142, 2000.
  • ______. O processo terapêutico fonoaudiológico na paralisia cerebral. In: LIMONGI, S. C. O. Fonoaudiologia: informação para a formação: procedimentos terapêuticos em linguagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. p. 67-89.
  • MANZINI, E. J.; DELIBERATO, D. Portal de ajudas técnicas para a educação: equipamento e material pedagógico para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física recursos para a comunicação alternativa. Brasília: Mec/Secretaria de Educação Especial, 2004. Fascículo 2.
  • ______. Portal de ajudas técnicas para a educação: equipamento e material pedagógico para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física – recursos pedagógicos II. Brasília: Mec/Secretaria de Educação Especial, 2007. Fascículo 4. il
  • MOREIRA, E.C.; CHUN, R.Y.S. Comunicação Suplementar e/ou Alternativa: ampliando possibilidades de indivíduos sem fala funcional. Editora Manole, 1996.
  • NUNES, L. R. O. P. Linguagem e comunicação alternativa: uma introdução. In: NUNES, L. R. O. (Org.). Favorecendo o desenvolvimento da comunicação em crianças e jovens com necessidades educacionais especiais Rio de Janeiro: Dunya, 2003 a. p. 1-13.
  • ______. Modelos teóricos na comunicação alternativa e ampliada. In: NUNES, L. R. O. (Org.). Favorecendo o desenvolvimento da comunicação em crianças e jovens com necessidades educacionais especiais Rio de Janeiro: Dunya, 2003b. p. 15-47.
  • OLSSON, C. Dyadic interaction with a child with a child with multiple disabilities: a system teory perspective on communication. Augmentative and Alternative Communication, Washington, v. 20, p.48-59, dez.2004.
  • REICHLE, J.; BEUKELMAN, D. R.; LIGHT, J. C. Exemplary practices for beginning communicators: Implications for AAC . Baltimore, MD: Paul H. Brookes, 2002.
  • RUSSO, I.C.P.; SANTOS, T.M.M. A prática da audiologia clínica 4 ed. São Paulo, Cortez,1993, 253p
  • SAMESHIMA, F. S. Habilidades expressivas de um grupo de alunos não-falantes durante atividades de jogos. 2006. 130 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2006.
  • SOTO, G. Special education attitudes toward AAC: preliminary Survey. International Society for Augmentative and Alternative Communication, Washington, v. 13, n. 3, p. 186 - 197, set. 1997.
  • TABITH, Jr. A. Distúrbios da comunicação. In: TABITH, Jr. A. Foniatria: disfonias, fissuras labiopalatais, paralisia cerebral. 7 ed. São Paulo: Cortez, 1995.
  • TELFORD, C. W.; SAWREY, J. M. O indivíduo excepcional Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, 5.ed., 1988. 658p
  • VON TETZCHNER, S.; MARTINSEN, H. Introdução à comunicação aumentativa e alternativa Portugal: Porto Editora, 2000.
  • ZANGARI, C. Changes in speech behavior by children receiving AAC service. International Society for Augmentative and Alternative Communication, Washington, v. 10, n. 1, p. 27-59, mar. 1994.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Jan 2010
  • Data do Fascículo
    Dez 2009

Histórico

  • Aceito
    05 Out 2009
  • Revisado
    30 Jul 2009
  • Recebido
    01 Dez 2008
Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial - ABPEE Av. General Rondon, 1799, Centro, Zip Code: 79331-030 - Corumbá - MS - Brazil
E-mail: revista.rbee@gmail.com