O presente artigo convida os leitores a percorrer por entre a análise dos documentos originais publicados por William Crookes (1832–1919), por Heinrich Rudolf Hertz (1857–1894) e Philipp Lenard (1862–1947), bem como da primeira comunicação de Röntgen sobre o novo tipo de radiação obtido por meio dos tubos de Crookes para, através de recortes desses documentos, investigar se é lícito afirmar que a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Röntgen (1845–1923) pode ou deve ser considerada “acidental”, tal como vemos nos livros básicos de Química e Física. O final do século XIX foi marcado por um grande interesse da comunidade científica pelo estudo das propriedades da radiação e a identificação dos raios X. Esse último demonstrou imediatamente a sua importância e utilidade nas pesquisas em desenvolvimento. Aplicações como a obtenção de imagens da constituição corporal de seres humanos e animais, e a identificação estrutural dos cristais e diferentes tipos de moléculas eram descritas nos trabalhos de inúmeros estudiosos. Assim, embasados numa perspectiva historiográfica que leva em conta a construção da ciência como um saber coletivo, apresentamos informações que amparam a evolução das ideias, minimizando ou descartando a influência do acaso e fortalecendo o método da investigação de Röntgen. Acreditamos estar também reafirmando a importância da História da Ciência no contexto de construção do conhecimento escolar.
Palavras-chave:
Raios X; História da Ciência; Ensino de Ciências; Tubo de Crookes; Wilhelm Röntgen