O presente estudo se propõe a investigar a percepção de professores de educação física, que atuam em projetos de inserção social através do esporte em comunidades populares do município do Rio de Janeiro, sobre os seus alunos e a intervenção institucional. Tomaram parte deste estudo, 25 profissionais de educação física, com idade entre 27 e 59 anos (M = 37,28). Os entrevistados atuavam em programas de intervenção sócio educacional através do esporte situados no interior de duas favelas do município do Rio de Janeiro. Os professores responderam a uma entrevista semi-estruturada com questões abertas sobre suas experiências com o esporte (benefícios e avaliação,) suas orientações sobre os objetivos dos programas, sobre os alunos e sobre os benefícios ou prejuízos do esporte, tanto em termos pessoais quanto entre os participantes dos projetos. Os dados revelam as seguintes evidências: a) os professores não conseguem perceber em seus alunos potenciais para crescerem no esporte; b) não acreditam no esporte como meio de formação pessoal e profissional; c) não acreditam que as condições materiais e de infra-estrutura sejam suficientes para a formação dos alunos; d) não percebem em si competência para contribuir na formação dos alunos; e) não estão comprometidos com o processo de formação dos alunos. Estes indicativos merecem ser mais bem investigados, pois o seu resultado parece ser a falta de instrumentalização dos alunos participantes em Projetos de Inclusão Social para que tenham condições de fazer maiores investimentos na formação esportiva.
Esportes; Inclusão social; Políticas públicas