O objetivo do artigo consiste em identificar os padrões de transição ofensiva (defesa-ataque) da seleção espanhola de futebol na Copa do Mundo FIFA® 2010 através da análise da frequência das formas de aquisição/recuperação da bola (FAR) e dos setores do campo onde se sucederam essas ações. A amostra do estudo integra 895 sequências ofensivas realizadas durante os sete jogos da seleção espanhola na competição. Para a coleta dos dados, utilizou-se a observação de vídeos de partidas televisionadas. Os dados foram registrados e quantificados utilizando-se planilhas de Excel 2007 for Windows(r). Realizou-se análise descritiva (frequência e percentual) para as variáveis "setor" e "FAR". O teste do qui-quadrado (χ2) foi utilizado para comparar a distribuição dos casos entre os valores das variáveis analisadas com nível de significância de p < 0,05. Foram calculados os valores residuais padronizados (e) das FAR em função do setor do campo, e também do setor do campo de acordo com a FAR. Para o tratamento dos dados utilizou-se o "software" IBM SPSS versão 20. As variáveis "interceptação" e "fragmentos constantes do jogo" apresentaram frequência significativamente maior do que as outras FAR em todos os setores do campo, enquanto que a variável "interceptação" manifestou maior frequência nos setores defensivo (e = 2,73), médio defensivo (e = 5,51) e médio ofensivo (e = 2,41) e a variável "desarme" teve frequência significativamente maior no setor médio defensivo (e = 4,85). Logo, conclui-se que houve maior ocorrência de fragmentos constantes do jogo no setor defensivo, de interceptações, no setor médio defensivo e médio ofensivo e de fragmentos constantes do jogo, no setor ofensivo, o que sugere que a seleção espanhola demonstra predisposição a evitar confrontos 1x1 no setor defensivo.
Futebol; Tática; Análise de jogo; Transição ofensiva.