Resumo:
Introdução:
Os limites da carga horária (CH) de saúde coletiva (SC) antes do internato (AI) não estão definidos nas Diretrizes Curriculares Nacionais, nem em outros documentos, e não foram investigados de forma abrangente em estudos nacionais.
Objetivo:
Analisar a CH de SC AI em escolas médicas (EM) brasileiras.
Método:
Estudo transversal, com escolas reconhecidas pelo Ministério da Educação que iniciaram as atividades até 31 de dezembro de 2017. Os sites das 323 escolas existentes foram consultados, e foram incluídas aquelas que disponibilizavam seus currículos na internet com detalhamento de CH de SC AI. As variáveis foram região geográfica e administração da escola, CH do curso de medicina e CH de SC AI, incluindo também as CH de epidemiologia, bioestatística e saúde do trabalhador. Os dados foram analisados usando-se estatística descritiva, teste de qui-quadrado (Ӽ2) de Pearson para variáveis categóricas e testes Mann-Whitney-U (U) e Ӽ2 de Kruskal-Wallis para variáveis contínuas.
Resultados:
Foram incluídas 222 das 323 EM existentes (68,7%), sendo 83 gratuitas (37,4%) e 139 não gratuitas (62,6%). A mediana da CH total de SC AI foi de 440,0 horas (P25-75 = 300,0 - 640,0), equivalente a 5,4% (P25-75 = 3,5 - 7,8) da CH total do curso. A mediana da CH de SC AI em horas das escolas privadas e municipais foi de, respectivamente, 480,0 (P25-75 = 330,7 - 679,2) e 576,0 (P25-75 = 360,0 - 766,0); no caso das estaduais e federais, a mediana foi de, respectivamente, 337,0 (P25 - 75 = 281,2 - 524,2) e 370,0 (P25-75 = 300,0 - 480,0), Ӽ2(3) = 11,48, p = 0,009. As escolas não gratuitas tiveram mediana de CH total de SC de 500,0 horas (P25-75 = 336,0 - 690,0) e as gratuitas de 364,0 horas (P25-75 = 285,0 - 504,0), U = 4.259,0, z = - 3,26, p = 0,001. A mediana da CH, em horas, de epidemiologia e bioestatística AI entre 124 escolas foi de 88,0 (P25-75 = 60,0 - 120,0) e de saúde do trabalhador entre 63 foi de 40,0 (P25-75 = 33,0-60,0).
Conclusões:
A CH de SC AI apresenta grande variação, sendo maior em escolas não gratuitas.
Palavras-chave:
Educação Médica; Currículo; Saúde Pública; Carga Horária; Saúde Coletiva