Resumo:
Introdução:
A saúde mental dos estudantes de medicina tem sido uma preocupação para a comunidade científica, especialmente como resultado da epidemia de comorbidades mentais que se tornaram comuns entre os vários grupos sociais da sociedade moderna.
Objetivos:
Este estudo teve como objetivos avaliar a prevalência de burnout em estudantes do primeiro ao quarto ano de um curso de Medicina e comparar as diferentes classificações de critério diagnóstico da síndrome.
Métodos:
Um total de 511 estudantes de três universidades brasileiras responderam a dois instrumentos validados para avaliar burnout e qualidade de vida, e a um questionário elaborado pelos autores para avaliar dados sociodemográficos e hábitos.
Resultados:
Houve prevalência de 31,1% de burnout tridimensional, 37% de burnout bidimensional e 44,8% de burnout unidimensional. Constatou-se um maior nível de exaustão no grupo com burnout bidimensional, em comparação ao grupo unidimensional, e verificou-se um maior nível de cinismo naqueles com burnout tridimensional, em comparação ao bidimensional. As variáveis que apresentaram correlação com a síndrome foram as mesmas nos três critérios analisados. Os domínios psicológico e físico foram os mais afetados na qualidade de vida dos escolares com burnout. A exaustão emocional foi a dimensão que apresentou correlações mais fortes com três dos quatro domínios analisados no instrumento WHOQOL-BREF.
Conclusão:
Observaram-se prejuízos nas diversas áreas relacionadas à qualidade de vida dos alunos. Questionamos se o uso do Maslach Burnout Inventory, por meio da abordagem tridimensional, realmente é o critério ideal a ser utilizado na triagem do burnout.
Palavras-chave:
Esgotamento Profissional; Estudantes de Medicina; Diagnóstico